Um novo estudo apontou que se o Telescópio Espacial James Webb (JWST) procurar por galáxias pequenas e brilhantes no Universo primitivo, poderá descobrir mais sobre um dos maiores mistérios atuais, a matéria escura.

Para quem tem pressa:

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  • As simulações que buscam galáxias anãs no Universo primitivo atualmente não levam em consideração a interação entre o gás interestelar e a matéria escura;
  • Dessa forma, o que os pesquisadores encontram no cosmos é bastante diferente do que as simulações apontam;
  • No entanto, caso essa interação seja considerada nas simulações e na hora de procurar as galáxias pelos cosmos, os cientistas poderão saber mais sobre a matéria escura.

A pesquisa foi publicada no The Astrophysical Journal Letters e conduzida por pesquisadores da Universidade da Califórnia. Nelas os cientistas chegaram nessa conclusão depois que eles realizaram uma simulação do cosmos para entender como se deu a formação de pequenas galáxias logo após o Big Bang.

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Galáxias anãs

Galáxias anãs estão presentes em todo Universo, o que significa que algumas delas podem estar entre as primeiras galáxias a se formarem após o Big Bang. Dessa forma, a existência delas tem sido frequentemente considerada nos modelos cosmológicos padrões.

No entanto, nem sempre os pesquisadores encontram o que eles procuram, por exemplo, às vezes as galáxias são mais rápidas ou menos densas que as simulações. Mas agora, no novo estudo, os pesquisadores sugerem que a causa disso é a matéria escura.

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Os cientistas acreditam que essas diferenças encontradas entre as simulações baseadas no modelo cosmológico padrão e o que realmente é encontrado, está ligado ao fato de pesquisas anteriores não considerarem a interação entre o gás interestelar e a matéria escura.

Matéria escura no modelo cosmológico padrão

Nas novas simulações onde essa interação, conhecida como efeito fluxo, é levada em conta, foi descoberto que as primeiras galáxias a se formarem são muito menores, mais brilhantes e crescem mais rapidamente do que nas simulações onde a interação não era considerada. 

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Assim, os cientistas da Universidade da Califórnia, sugerem que os astrônomos devem usar o James Webb para encontrar essas galáxias primitivas previstas nas simulações e caso elas não apareçam, existem algo de errado com as nossas teorias acerca da matéria escura.

A descoberta de manchas de galáxias pequenas e brilhantes no Universo primitivo confirmaria que estamos no caminho certo com o modelo de matéria escura fria porque apenas a velocidade entre dois tipos de matéria pode produzir o tipo de galáxia que procuramos. Se a matéria escura não se comportar como a matéria escura fria padrão e o efeito de fluxo não estiver presente, então essas galáxias anãs brilhantes não serão encontradas e precisaremos voltar à prancheta.

Smadar Naoz, físico e líder do estudo, em resposta a Space.com