Após demissões, nova investigação faz Microsoft pausar aquisição da Activision Blizzard

Depois de atritos com órgão regulador do Reino Unido, Microsoft teve de mudar proposta pela aquisição da Activision Blizzard
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Ana Luiza Figueiredo 08/02/2024 21h12, atualizada em 05/08/2025 14h23
Celular com logomarca da Activision na tela e, ao fundo, logomarca da Microsoft
(Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock)
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A Microsoft está envolvida em mais um atrito com a Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos em relação à aquisição da Activision Blizzard. Dessa vez, após a demissão de quase 2 mil funcionários da empresa de jogos, o órgão alegou na quarta-feira (07) contradições na promessa da big tech de deixar a Activision Blizzard operar de forma independente. A FTC pediu uma pausa temporária na aquisição enquanto investiga novas questões antitruste.

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FTC vs. aquisição da Activision Blizzard

A FTC já havia negado a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft antes, até que a big tech reformulou a proposta e foi liberada para seguir com o negócio.

Um dos argumentos a favor da aquisição é que a Microsoft trataria a nova companhia como aquisição vertical, que funcionaria independentemente e, por isso, não precisaria de reestruturações e demissões.

Agora, a comissão acusa a Microsoft de não cumprir a promessa. Isso porque, na última semana de janeiro, a companhia confirmou a demissão de 1.900 funcionários da Activision Blizzard e da Xbox, cerca de 8% da divisão geral de jogos. O Olhar Digital reportou o caso aqui.

Até que a FTC consiga investigar o caso, a aquisição está pausada.

Microsoft Activision
(Imagem: CryptoFX / Shutterstock)

O que diz a Microsoft

  • A Microsoft alegou que os cortes eram em “áreas de sobreposição” entre as duas empresas. A FTC respondeu que os argumentos de “sobreposição” são inconsistentes com o compromisso da big tech de deixar as duas operarem separadamente após a fusão.
  • A Microsoft voltou a responder nesta quinta-feira (08), dizendo que o órgão regulador não deu evidências de danos vindos da aquisição da Activision Blizzard.
  • A carta afirma que as demissões são “consistentes com as tendências mais amplas da indústria de jogo” e que a própria Activision já estava planejando eliminar um número significativo de empregos enquanto ainda operava como empresa independente. Portante, as demissões do mês passado não são culpa inteiramente da fusão.
  • Em resposta ao site Endadget, a Microsoft ainda disse que reestruturou a proposta de compra após conflitos com a autoridade reguladora do Reino Unido, o que resultou na não aquisição dos serviços em nuvem da Activision Blizzard nos Estados Unidos.
  • Por isso, a FTC estaria “ignorando a realidade de que o próprio acordo mudou”.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.