Pesquisadores criam chip que identifica 32 doenças de uma vez; veja

Equipe utilizou materiais encontrados facilmente para desenvolver chip semelhante aos biossensores utilizados em laboratórios
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 09/02/2024 02h00
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Chip desenvolvido pela equipe do HZDR. (Imagem: Anja Schneider/Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf)
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Cientistas criaram um chip que pode detectar até 32 patógenos simultaneamente. A equipe do Laboratório de Pesquisa Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf (HZDR), na Alemanha, usou produtos de fácil acesso para desenvolver o dispositivo, que tem o tamanho da palma de uma mão e se assemelha aos biossensores utilizados em laboratórios de patologia.

Entenda:

  • Cientistas criaram um chip que pode detectar até 32 doenças simultaneamente;
  • O dispositivo utiliza transistores de efeito de campo (FET) capazes de identificar cada patógeno de acordo com a corrente elétrica gerada por ele;
  • Os testes são realizados com a interleucina-6, produzida pelo sistema imunológico em casos como lesões teciduais, inflamações e alguns tipos de câncer;
  • Os resultados do chip se assemelha aos de biossensores de última geração utilizados em laboratórios de patologia;
  • A descoberta pode trazer avanços significativos no monitoramento de imunoterapias em pacientes de câncer e na previsão da gravidade e evolução de doenças virais;
  • A pesquisa foi publicada na revista Biosensors and Bioelectronics.

A equipe utilizou transistores de efeito de campo (FET) para controlar o fluxo de corrente do dispositivo, que é energizado após alcançar um limite determinado. Cada patógeno gera um potencial elétrico e, de acordo com a corrente gerada no chip, é possível identificar biomoléculas relevantes relacionadas às doenças.

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Como funciona o chip

Os testes são realizados utilizando a interleucina-6 (IL-6), ativada pelo sistema imunológico em casos como lesões teciduais, inflamações e alguns tipos de câncer. “Diferentes doenças, bem como diferentes estágios de uma doença, produzem diferentes quadros clínicos. É por isso que a IL-6 é muito adequada como marcador”, explica Larysa Baraban, autora correspondente do estudo.

O dispositivo produziu resultados comparáveis ​​aos de biossensores baseados em FET de última geração e, como diz a equipe, sua aplicação pode ir desde o monitoramento do progresso de imunoterapias em pacientes com câncer até a previsão da gravidade e evolução de doenças virais.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.