A SpaceX acaba de anunciar que irá retirar satélites Starlink da órbita da Terra. Com duração prevista de dois meses, a operação tem como objetivo manter o espaço seguro e sustentável. O anúncio foi feito em um comunicado divulgado na página oficial da empresa no X (antigo Twitter), na segunda-feira (12).

De acordo com o comunicado (leia na íntegra aqui), a SpaceX vai desorbitar 100 dos seus satélites mais antigos, para reduzir o número de espaçonaves potencialmente perigosas ao redor da Terra.

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Durante a operação, a SpaceX irá monitorar continuamente a posição de seus satélites e compartilhar essas informações com operadores de espaçonaves e fornecedores de lançamento. A intenção é garantir que, durante a saída de órbita, as espaçonaves Starlink não cruzem o caminho de outras coisas, garantindo uma reentrada ardente controlada na atmosfera terrestre.

Todos os satélites manterão capacidade de manobra e capacidade de evitar colisões durante a descida. Além disso, esses satélites em desorbitação assumirão a responsabilidade de manobra por quaisquer conjunções de alto risco, consistentes com as melhores práticas de segurança espacial e sustentabilidade.

SpaceX, em comunicado

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A megaconstelação Starlink já conta com mais de cinco mil satélites na órbita da Terra. Tais equipamentos têm a função de oferecer conexão banda larga de alta velocidade em todo mundo, até mesmo em lugares inóspitos. No entanto, esse número exorbitante de objetos pode acabar causando problemas com outras espaçonaves.

Por causa disso, os satélites são programados para tomar decisões autônomas que os tirem do caminho de outros equipamentos. Somente entre 1º de junho e 30 de novembro de 2023, os satélites Starlink precisaram se automanobrar 24.410 vezes, número que embora seja elevado está diminuindo.

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Além disso, todos os satélites Starlink são projetados para caírem sozinhos na atmosfera da Terra depois de serem instalados, devido ao efeito de arrasto atmosférico. O design das espaçonaves também foi desenvolvido para que elas sejam completamente queimadas entrarem de volta na Terra, descartando o risco de detritos.

O problema de uma grande frota

Apesar das medidas da SpaceX para evitar que seus satélites Starlink colidam com outras espaçonaves, alguns cientistas ainda ficam preocupados. Em resposta ao Space.com, Hugh Lewis, professor de astronáutica da Universidade de Southampton, no Reino Unido, apontou que são muitos satélites para serem operados com segurança.

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Ainda há um grande número de manobras a serem feitas. Existe o risco de que, devido a tantos desses eventos [de aproximação], alguns deles, em algum momento, possam resultar em uma colisão.

Hugh Lewis

E a situação tende a se agravar, à medida que a SpaceX já tem aprovação regulatória para lançar 12 mil satélites e pretende que sua frota expanda para cerca de 40 mil espaçonaves.