Considerada a menor espécie de tatu do mundo, o Chlamyphorus truncatus chama a atenção em razão da sua carapaça rosa, pelagem branca e garras grandes. Mas um estudo recente apontou que o animal tem uma singularidade: ele possui uma segunda camada de pele, debaixo do escudo dorsal.
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A descoberta aconteceu após pesquisadores analisarem mais de perto a anatomia microscópica de seções da pele do pichiciego-menor, tanto das partes que tem, quanto das partes que não têm os osteodermos (as placas ósseas que o protegem).
A camada mais externa, que abriga escamas cornificadas [nas quais o tecido morto forma uma camada protetora espessada] e osteodermas, atua como um manto ou cobertura sobre a camada interna, que exibe uma pelagem branca abundante e fina. Essa pele dupla é uma característica única entre os mamíferos.
Cecilia Krmpotic, bióloga do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica da Argentina e principal autora do estudo
O caso chamou a atenção dos cientistas, uma vez que qualquer uma das outras 19 espécies conhecidas de tatu possui apenas uma única camada de pele no dorso, coberta por escamas e osteodermos que formam as “armaduras” desses animais.
O estudo foi publicado no Journal of Zoology. As informações são da IFLScience.

O menor tatu do mundo
- O Chlamyphorus truncatus tem apenas 15 centímetros de comprimento e pesa 100 gramas.
- A espécie vive em tocas escavadas pelos próprios animais, principalmente na região central da Argentina, sendo bastante difícil o avistamento destes tatus.
- Pesquisadores acreditam que a alimentação deles é baseada principalmente em formigas e outros insetos, mas os hábitos deste animais ainda não são totalmente conhecidos (a maioria dos espécimes mantidos em cativeiros morrem em questão de dias).
- A armadura do pichiciego-menor normalmente é dividida em duas partes: um escudo cobre a cabeça e um escudo dorsal, que cobre o restante de seu corpo.
- Este último ainda seria dividido em um escudo peitoral, que cobre a parte superior das costas, e um escudo pélvico que cobre a região posterior, tudo isso para protegê-lo tanto de predadores quanto do estilo de vida subterrâneo.
- Estima-se que a evolução para um estilo de vida completamente subterrâneo tenha ocorrido entre 32 e 17 milhões de anos atrás.
- Essa mudança teria sido impulsionada pelas alterações nas condições ambientais de ecossistemas mais áridos ao sul da América do Sul.