A partir desta terça-feira (20) até o dia 2 de março, um grupo de pesquisadores vai sair em expedição para investigar o fundo do Rio Negro, no Amazonas, em busca de espécimes de peixes-elétricos. O objetivo é encontrar desde exemplares de espécies pouco conhecidas, até novas espécies e animais que podem subsidiar estudos em andamentos.

Para quem tem pressa:

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  • A expedição é apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e faz parte de um projeto de investigações que já dura quase sete anos;
  • Na viagem, serão procurados animais pouco conhecidos, novas espécies e peixes-elétricos que podem ajudar em estudos em andamento;
  • Além disso, a pesquisa também será útil na formação de mestrandos e doutorandos.
Os poraquês são um dos peixes-elétricos mais conhecidos, atingindo até 2,5 metros e soltando descargas elétricas de até 860 volts. Crédito: L. Souza/Fapesp

Os poraquês são um dos peixes-elétricos mais conhecidos, atingindo até 2,5 metros e soltando descargas elétricas de até 860 volts. No entanto, a ordem dos Gymnotiformes, à qual esses animais pertencem, possui mais de 250 espécies conhecidas, a maioria delas alongadas e de olhos pequenos, sendo encontradas em rios, lagos e igarapés, e emitindo sinais elétricos fracos.

Na expedição, que acontecerá a bordo da embarcação Comandante Gomes, cerca de 20 pessoas, que incluem pesquisadores, agentes da FAPESP e tripulação, irão subir o Rio Negro, de Manaus, até Santa Isabel do Rio Negro para realizar as buscas. 

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A viagem faz parte do “Diversidade e Evolução de Gymnotiformes”, projeto apoiado pela FAPESP e coordenado pelo professor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), Naercio Menezes, que já está em andamento há quase sete anos.

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Objetivos da expedição no Amazonas

Além de catalogar geneticamente ordens, famílias, gêneros e espécies de peixes-elétricos, os pesquisadores também pretendem identificar diferenças genéticas entre grupos de animais de uma mesma espécie. O material será coletado a partir de pequenas amostras de músculos e nadadeiras desses animais, mesmo que eles já sejam reconhecidos pela ciência.

Com essa investigação, os pesquisadores poderão descobrir novas espécies e encontrar exemplares de peixes-elétricos misteriosos que foram vistos poucas vezes, como o Iracema caiana, descoberto em 1968, e que até hoje conta com apenas cinco indivíduos conhecidos.

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Além disso, a expedição também permitirá que mestrandos e doutorandos se aperfeiçoem na coleta e armazenamento de espécimes, além de ter contato com a região amazônica, conhecida por ter a maior diversidade de peixes do mundo, muitos dos quais ainda nem foram descobertos.