Mumificação no Antigo Egito começou antes do que se imaginava

Pesquisadores descobriram que a mumificação no Antigo Egito começou "sem querer" perto do ano 5.000 a.C
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 20/02/2024 01h20
MÚMIA GENÉRICA
Imagem: Andrea Izzotti/Shutterstock
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Quando a mumificação surgiu no Antigo Egito? Por muito tempo, as evidências científicas mais antigas da prática remontavam para mais ou menos 4.300 a.C. Mas, a verdade é que, antes mesmo que os egípcios aderissem ao costume de mumificar artificialmente seus mortos, o processo já acontecia de forma completamente natural, como descobriram cientistas.

Entenda:

  • Cientistas descobriram que, antes que o processo de mumificação artificial surgisse no Antigo Egito (aproximadamente no ano 4.300 a.C.), corpos já eram mumificados naturalmente no ano 5.000 a.C.;
  • Em um artigo publicado na Revista ScienceDirect, os pesquisadores explicaram que, ao serem colocados em um ambiente favorável – como uma cova no deserto -, os corpos acabavam acidentalmente mumificados;
  • A descoberta veio após a análise de invólucros de múmias de 6.300 anos, que apresentaram resinas feitas com ingredientes como óleo vegetal, gordura animal, cera e goma vegetal – utilizadas posteriormente pelos egípcios na mumificação artificial.

Um artigo publicado na Revista ScienceDirect aponta que os povos egípcios passaram por um processo de mumificação natural que data de, pelo menos, 5.000 a.C. Invólucros de múmias de 6.300 anos encontradas em um antigo cemitério egípcio de Mostagedda apresentaram resinas feitas com diversos ingredientes, como óleo vegetal, gordura animal, cera e goma vegetal — posteriormente, substâncias semelhantes seriam utilizadas pelos egípcios na mumificação artificial.

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Como acontecia a mumificação natural?

Múmia antiga no sarcófago
(Imagem: Anton Watman / Shuttestock)

Ao Live Science, Stephen Buckley, pesquisador da Universidade de York, explicou que a mumificação natural “é um processo acidental causado por condições de sepultamento favoráveis” – ou seja, não era um ato consciente: muitos corpos eram simplesmente colocados em um buraco no chão sem qualquer tipo de preparo e, acidentalmente, acabavam mumificados.

Salima Ikram, professora de egiptologia da Universidade Americana do Cairo, complementou: “Quem quer que fosse colocado em uma cova arenosa, longe da água, e que não estivesse fechado em uma esteira, caixão de junco ou em uma pele, teria sido naturalmente mumificado.”

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.