Stark Bank tem apoio de Bezos, aumento significativo no lucro e mantém recursos

Com sede em São Paulo (SP), empresa movimentou R$ 155 bi em pagamentos em 2023, triplicando o valor do ano anterior
Rodrigo Mozelli23/02/2024 06h40
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Rafael Stark, fundador da Stark Bank (Imagem: Reprodução/Stark Bank)
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A Stark Bank, startup que tem o apoio do family office de Jeff Bezos, teve aumento significativo no lucro e conseguiu manter seus recursos financeiros praticamente intactos.

Com sede em São Paulo (SP), a empresa movimentou R$ 155 bilhões em pagamentos no ano de 2023, triplicando o valor do ano anterior, e registrou lucro líquido de R$ 71,5 milhões. Esses são os resultados financeiros que o fundador Rafael Stark revela pela primeira vez à Bloomberg.

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O objetivo da Stark Bank é auxiliar as empresas a serem mais eficientes em suas operações de processamento de pagamentos, faturas e contas a receber. A startup está concentrada em ganhar participação no mercado dos grandes bancos corporativos do Brasil e possui, em sua carteira de clientes, empresas renomadas, como Gol, Localiza, Ultragaz, Loft e QuintoAndar.

Desafios financeiros superados pela alta lucratividade

  • Diferente de muitas outras empresas de tecnologia e startups que enfrentam desafios financeiros, a Stark Bank se destaca pela sua alta lucratividade;
  • Segundo Rafael Stark, fundador, de 35 anos, a empresa não precisa levantar mais recursos no momento, optando por crescer e almejar valores maiores no futuro;
  • Em 2022, a startup conseguiu levantar US$ 45 milhões (R$ 223,38 milhões) em rodada de investimento, contando com o apoio do family office de Jeff Bezos;
  • Embora ainda tenha pequena participação de mercado entre os bancos corporativos no Brasil, a Stark Bank demonstra potencial de crescimento;
  • Mesmo sem possuir licença bancária formal, a startup consegue emprestar com seu próprio capital disponível;
  • Para impulsionar ainda mais o crescimento, a empresa pretende investir mais em marketing em 2024.

Quando uma empresa opera muitas transações, às vezes elas podem perder as informações. Então, assim, se as informações não tiverem muito organizadas, a empresa pode perder muito dinheiro. A gente permite que a empresa seja mais eficiente e ser mais eficiente significa que, às vezes, em vez de ter time de 30 pessoas financeiras que vão fazer processos manuais e podem ter falhas humanas, às vezes, o cara precisa de duas, três, cinco para fazer o mesmo trabalho.

Rafael Stark, fundador da Stark, em entrevista à Bloomberg

Stark foi batizado sob o nome Rafael Castro de Matos, em Goiás. Estudou engenharia no Brasil e, com bolsa de estudos, frequentou a Universidade Politécnica da Califórnia e a Universidade de Stanford. Ele fundou a empresa em 2018 e mudou legalmente seu sobrenome para Stark em todos os documentos oficiais. 

Tecnologia e soluções personalizadas

Um dos principais diferenciais da Stark Bank é a automação de tarefas demoradas, como faturamento e folha de pagamento, o que permite às empresas serem mais eficientes e evitarem perdas financeiras. Com cerca de 90 funcionários, sendo 30% deles engenheiros, a startup destaca-se por sua capacidade de oferecer soluções personalizadas para seus clientes no mercado de tecnologia.

Eles encontraram um nicho muito interessante. São muito enxutos em tecnologia, o que lhes permite fornecer esse tipo de serviço personalizado para os grandes players. E, uma vez que criam solução de cliente para um player, eles a replicam e começam a oferecer a todos os outros clientes. 

Bruno Diniz, sócio-gerente da consultoria Spiralem, em entrevista à Bloomberg

Stark, que anteriormente estudou engenharia no Brasil e nos Estados Unidos, encontra paralelos entre sua startup e o Nubank, prevendo potencial oferta pública inicial (IPO, da sigla em inglês) em cerca de uma década.

Uma das características notáveis da Stark Bank é sua postura em relação ao trabalho remoto. A empresa defende a importância de ter os funcionários no escritório durante toda a semana, oferecendo ambiente de trabalho agradável, com instalações, como bar, restaurante e áreas de reunião.

Não acredito em trabalho remoto. Acredito que a gente tem que trazer pessoas que estão alinhadas com o que a gente está construindo. Então, se a pessoa está alinhada com sua zona de conforto, um trabalho remoto, ela não está alinhada com os valores da Stark. Para você fazer coisas grandes, você tem que sair da sua zona de conforto.

Rafael Stark, fundador da Stark, em entrevista à Bloomberg

Além disso, a startup destaca-se por pagar salários acima da média de mercado e oferecer compensações adicionais para os funcionários que moram próximos ao escritório.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.