Na última quinta-feira (22), às 20h23 (pelo horário de Brasília), os EUA pousaram na Lua novamente mais de 50 anos após a última vez. Isso graças à missão IM-1, da Intuitive Machines, responsável pela sonda robótica Nova-C (nesta versão, chamada de Odysseus).
Como previsto, o módulo de pouso de 4,3 metros de altura fez a alunissagem perto da cratera Malapert A, a cerca de 300 km do polo sul lunar, no lado do satélite voltado para a Terra, tornando-se a primeira espaçonave privada da história a pousar na Lua.
Isso demorou cerca de 15 minutos para ser confirmado, devido a uma falha inicial de comunicação pós pouso. Depois, descobriu-se que esse atraso foi causado pela posição das antenas transmissoras do equipamento, que não estão na direção da Terra porque a sonda tombou ao pousar (saiba mais aqui).
Nesta segunda-feira (26), a Intuitive Machines compartilhou no X (antigo Twitter) imagens obtidas pela câmera de sensoriamento à direita da espaçonave segundos antes do pouso.
Esperava-se que a missão IM-1 durasse cerca de meio dia lunar, que equivale a mais ou menos sete dias terrestres. No entanto, ainda não se tem certeza sobre isso, já que os painéis de captação de energia solar não estão bem posicionados após o tombo.
Os controladores da missão agora sabem exatamente onde Odysseus está na Lua. No sábado (22), o Lunar Reconnaissance Orbiter, da NASA, tirou uma foto enquanto passava sobre o local de pouso, revelando um cisco que não estava lá em um registro anterior que o orbitador havia feito da área (confira aqui).
Odysseus pousou a pouco mais de um metro e meio de seu local de pouso alvo – com maior precisão do que a maioria dos landers anteriores. Esse feito foi ainda mais impressionante, dado que os engenheiros da Intuitive Machines tiveram que consertar o software da espaçonave para contornar lasers não funcionais que deveriam monitorar a altitude.
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Segundo a Intuitive Machines, o módulo Odysseus foi capaz de detectar nove locais de pouso seguros na região do polo sul, informações que podem ser úteis para futuras missões, à medida que a NASA e outras agências espaciais procuram explorar essa área. A água congelada nas sombras das crateras poderia um dia fornecer recursos cruciais para os astronautas.
Outra sonda lunar inesperadamente voltou à vida. A JAXA, agência espacial japonesa, informou que o módulo SLIM (sigla em inglês para “Nave Inteligente para Investigação da Lua”), acordou após mais uma noite lunar – algo inesperado pelos cientistas.
Sonda SLIM faz novas fotos da Lua após “despertar”
Da mesma forma que aconteceu com a sonda Odysseus, o módulo SLIM também enfrentou problemas no pouso, e acabou ficando de cabeça para baixo na Lua.
Em razão disso, seus painéis solares foram inicialmente incapazes de ver o Sol e tiveram que ser desligados em poucas horas. O equipamento recuperou a energia nove dias após o pouso, quando acordou e começou a “trabalhar”.
Durante vários dias, SLIM coletou dados geológicos de rochas lunares, antes de voltar à hibernação no final de janeiro para esperar outra noite lunar. No domingo (25), a JAXA conseguiu uma comunicação, embora curta, com a sonda japonesa.
Segundo a agência, a comunicação foi rápida porque ainda era “meio-dia lunar”, e o SLIM estava a uma temperatura muito alta, de cerca de 100 graus Celsius. A JAXA agora se prepara para fazer contato novamente quando o veículo esfriar.