Descoberto monte submarino com o triplo da altura do edifício mais alto do mundo

Esse monte submarino é um dos quatro picos encontrados na America do Sul por uma expedição que visa mapear o fundo dos oceanos
Por Mateus Dias, editado por Flavia Correia 27/02/2024 16h31
O maior dos montes submarino é três vezes maior que o Burj Khalifa
O maior dos montes submarino é três vezes maior que o Burj Khalifa, o edifício mais alto do planeta. Crédito: Instituto Schmidt Ocean
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Quatro montes submarinos gigantes foram descobertos recentemente na costa da América do Sul por pesquisadores do projeto Seabed 2030 (uma iniciativa global de ciência cidadã para mapear os oceanos do mundo até o fim desta década), depois que eles detectaram “anomalias gravitacionais” emitidas pelas enormes montanhas subaquáticas. 

Para quem tem pressa:

  • Os montes foram descobertos devido a anomalias gravitacionais observadas na superfície do oceano causada pela enorme massa;
  • Eles estão localizados entre 460 e 600 quilômetros da costa do Peru e do Chile;
  • As montanhas subaquáticas exercem um papel importante para vida marinha, se tornando pontos críticos de biodiversidade;
  • Os pesquisadores estavam a bordo do navio de pesquisa Falkor, do Schmidt Ocean Institute, quando descobriram e mapearam os montes submarinos;
  • Três deles estão na costa do Peru, enquanto o quarto fica na do Chile.

Os três picos peruanos têm 1591 metros, 1644 metros e 1873 metros de altura. O monte localizado na costa do Chile é o maior entre eles, subindo 2681 metros acima do solo oceânico e tendo uma base de cerca de 450 quilômetros quadrados. Ele é pouco mais de três vezes maior que o Burj Khalifa, o maior prédio do mundo, que tem 828 metros.

Burj Khalifa, o maior prédio do mundo, tem 828 metros. Crédito: MDXB – Shutterstock

Montes submarinos têm origem vulcânica

Montes subaquáticos têm origem vulcânica e são tão massivos que causam pequenas mudanças na altura do oceano acima deles, conhecidas como anomalias gravitacionais. Essas alterações na superfície oceânica podem ser detectadas por satélites, e foi assim que os pesquisadores identificaram as anomalias nas costas peruana e chilena e resolveram procurar o que as causavam, de acordo com o informado por John Fulmer, técnico-chefe da expedição, ao site WordsSideKick.com.

Examinar anomalias gravitacionais é uma maneira elegante de dizer que procuramos por saliências em um mapa e, quando o fizemos, localizamos esses montes submarinos muito grandes.

John Fulmer, líder do projeto Seabed 2030

Existem várias montanhas subaquáticas escondidas, inclusive algumas até maiores que o monte colossal encontrado no mar chileno. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) estima que cerca de 100 mil desses picos estejam espalhados pelo fundo dos oceanos do mundo, a maioria provavelmente no Pacífico. No entanto, muitos ainda nem foram encontrados e mapeados.

Espera-se que até o fim da expedição do Seabed 2030 muitos desses montes sejam revelados.

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Importância para a biodiversidade

Esses montes submarinos são locais importantes para a biodiversidade, porque eles possuem substratos ideias para o desenvolvimento de corais e esponjas. Essas criaturas arrastam nutrientes do fundo do mar para mais perto da superfície, o que acaba atraindo animais maiores, como peixes, crustáceos, tubarões e cefalópodes.

A localização de montes submarinos quase sempre nos leva a pontos críticos de biodiversidade pouco estudados. Cada vez que encontramos estas comunidades movimentadas no fundo do mar, fazemos novas descobertas incríveis e avançamos o nosso conhecimento sobre a vida na Terra.

Jyotika Virmani, diretora-executiva do Schmidt Ocean Institute 
Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.