A evolução produziu uma variedade de formas de vida na Terra. Mas uma questão permanece sem resposta: e nos outros planetas? Um novo artigo publicado no Journal of the British Interplanetary Society examina a ideia de existirem civilizações em outros mundos sem capacidade de explorar o espaço.

O autor da pesquisa, Elio Quiroga, professor da Universidad del Atlántico Medio, na Espanha, apresenta dois conceitos: o fator de fuga dos exoplanetas e os mundos aquários.

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O fator de fuga dos exoplanetas

  • Planetas de massas diferentes têm velocidades de escape diferentes. A velocidade de escape da Terra é de 11,2 km/s (quilômetros por segundo), ou seja, mais de 40.000 km/h.
  • O conceito vale para objetos balísticos sem propulsão e permite comparar planetas diferentes, já que independe do veículo utilizado e da sua propulsão.
  • As super-Terras têm massas muito maiores e, por consequência, velocidades de escape muito maiores.
  • O artigo mostra como a velocidade de escape aumenta conforme a massa planetária.
  • Um foguete numa super-Terra, por exemplo, enfrentaria condições muito diferentes das que enfrentamos aqui na Terra quando o assunto são viagens espaciais.

Dependendo do caso, as viagens espaciais seriam improváveis ​​para os habitantes de um exoplaneta com massas muito maiores que a da Terra, afirmou Quiroga.

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Eles seriam incapazes de deixar o planeta usando qualquer quantidade concebível de combustível. Nenhuma estrutura de foguete viável suportaria as pressões envolvidas no processo, pelo menos com materiais que conhecemos

exoplaneta
Imagem: Vitória Gomez (gerado com IA)/Olhar Digital

Espécies inteligentes presas em outros mundos

Sendo assim, o que pode ter acontecido é que “espécies inteligentes nestes planetas” ficaram presas em seus mundos, ou seja, elas não conseguem viajar ao espaço por “pura impossibilidade física”, escreveu o especialista.

Sem contar com a reentrada, que também impõe as suas próprias dificuldades. Numa super-Terra dez vezes mais massiva que o nosso planeta, uma espaçonave precisaria controlar sua velocidade e aquecimento ao reentrar, e isso é muito mais difícil em um planeta massivo.

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Por fim, quiroga também fala em algo mais comum nos filmes de ficção: mundos oceânicos que podem abrigar espécies inteligentes, dos quais a fuga ao espaço também é fisicamente impossível.

Os exoplanetas estão perdendo tamanho (Crédito: NASA, ESA, CSA e D. Player (STScI))
Crédito: NASA, ESA, CSA e D. Player (STScI)

Outras circunstâncias poderiam efetivamente prender as civilizações nos seus mundos de origem. É difícil imaginar uma civilização tecnológica surgindo num oceano sob vários quilômetros de gelo, por exemplo.

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Sem a capacidade de escapar do seu planeta e explorar os seus sistemas solares, poderiam civilizações inteiras nunca conhecerem o universo? A pesquisa sugere que sim. Mais detalhes estão disponíveis aqui.

As informações são do Phys.org.