*Por Carlos Tabosa, VP e sócio da Opah IT, com MBA em Gestão estratégica de Tecnologia e especialização em Blockchain pelo MIT

Nós vivemos o período com mais informação no menor espaço de tempo da história, são muitas novidades em um curtíssimo tempo e muito se deve ao avanço rápido da tecnologia. A evolução é tão rápida que tenho certeza de que você já se sentiu confuso e de cabeça quente com essa quantidade de novas possibilidades.

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Se você nasceu na década 80, ou antes, consegue listar inúmeras inovações tecnológicas que impactaram sua vida, independente de sua raça, gênero ou classe social. Neste espaço de tempo o mundo mudou por completo com o uso da tecnologia para o ser humano, tivemos mudanças no tratamento da saúde, do dinheiro, da segurança, do saneamento, das mídias e telecomunicações.

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Se nasceu nos anos 2000, você já tem vivido com a tecnologia no ser humano. Sim, ao invés de tecnologia PARA o ser humano, estamos no momento de evolução onde temos cada vez mais tecnologia NO ser humano.

O seu smartphone provavelmente está na sua mão, o seu relógio inteligente no seu pulso e daqui a pouco você usará um óculos inteligente com seu assistente pessoal plugado ao seu próprio corpo, isso sem contar que os diversos algoritmos já estão influenciando diretamente os seus pensamentos e opiniões. Essa nova fase da tecnologia é e será ainda mais impactante, maravilhosa e problemática. A inclusão dos artefatos tecnológicos (gadgets) no nosso corpo mudará radicalmente o dia a dia.

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(Foto: Bear Fotos/Shutterstock)

Os assistentes pessoais como a Alexa ou Google Home são divertidos. Contam piadas, tocam música, falam o clima e nossa agenda, mas todos temos o sentimento que não são tão úteis assim. O jogo acaba de virar: foi recentemente lançado um novo assistente pessoal, o gadget “AI Pin” da Humane (vejam só o nome dessa empresa).

Diferente dos outros, o AI Pin é plugado diretamente na gente, na nossa roupa ou corpo e foi desenvolvido com uma arquitetura sistêmica que permite que a comunidade de tecnologia desenvolva suas habilidades (mesmo conceito do famoso ChatGPT).

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O AI Pin é um game changer dos assistentes pessoais e por trabalhar muito próximo do corpo será muito mais útil, dentre outras coisas estes gadgets farão a tradução simultânea em qualquer língua do que você está ouvindo e também conhecerá de fato seu comportamento podendo ler as principais notícias para você e ajudar em qual próximo ônibus pegar para chegar a seu destino.

Esta evolução é um trem desgovernado. Enquanto houver dinheiro para alimentar a pesquisa e o desenvolvimento, teremos cada vez mais produtos para inserir em nós mesmos e assim caminharmos para a distopia Cyberpunk. O que antes no parecia impossível, agora não mais.

Se você nunca consumiu nenhum filme ou jogou algum game no estilo Cyberpunk, agora você tem um motivo especial para ir atrás: parte daquilo é seu futuro. Braços cibernéticos, componentes instalados no cérebro (interfaces neurais), realidade virtual ou aumentada… estes elementos farão parte do nosso futuro. E ainda dizem por aí que o Metaverso morreu! Pelo contrário, está mais vivo do que nunca, apenas corrigiu a rota para a sequência, mas este é um papo para um próximo artigo.

Google Home
Imagem: shutterstock/CoinUp

Não dá para afirmar que este avanço com gadgets no ser humano é positivo ou negativo, assim como tudo podemos listar diversos pontos positivos ou negativos. E, novamente, tudo gira em torno de como será usado esse potencial tecnológico todo.

Há uma linha muito tênue entre os benefícios que os gadgets estão trazendo e os malefícios que potencialmente causarão. Vou deixar aqui três perguntas que provarão que você não está tão preparado assim para este futuro:

  • Você concorda com um coração inteligente e artificial para quem precisa?
  • Aceitaria um aumento de sinapses dos neurônios por um implante no cérebro?
  • Aceitaria uma lente de contato inteligente que lhe ajudará nas respostas de uma prova difícil?

Essas são perguntas que todos faremos daqui a poucos anos.