Pesquisadores descobrem cemitério com mais de 1.500 anos no México

De acordo com o Instituto Nacional de Antropologia e História do país, ossos podem ter feito parte de um rito funerário familiar.
Por Bob Furuya, editado por Lucas Soares 05/03/2024 14h51
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Imagem: Divulgação/Instituto Nacional de Antropologia e História do México
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O modo como uma civilização vê a morte diz muita coisa sobre ela. Talvez por esse motivo as descobertas históricas relacionadas a esse tema sejam tão formidáveis.

E isso acaba de acontecer no México. Arqueólogos encontraram um cemitério de restos humanos com 1.500 anos, cujos ossos foram empilhados, possivelmente como parte de um ritual.

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E foi uma descoberta por acaso. Autoridades estavam construindo um sistema de esgoto em Pozo de Ibarra, no estado mexicano de Nayarit, região oeste do país, quando encontraram uma estrutura diferente. Acionaram, então, o Instituto Nacional de Antropologia e História do México e perceberam que se tratava de uma ossada muito antiga.

A descoberta pré-hispânica continha um esqueleto completo, juntamente com ossos humanos de outros indivíduos. Alguns dos ossos foram empilhados intencionalmente e separados em diferentes categorias, com ossos longos como fêmures (ossos da coxa) e tíbias (ossos da perna) em uma seção e sete crânios completos em outra.

Imagem: Divulgação/Instituto Nacional de Antropologia e História do México

De quem seriam esses ossos?

  • Uma análise revelou que todos os crânios pertenciam a homens de várias idades.
  • Alguns desses crânios apresentavam sinais de modificação, o que era frequente na Mesoamérica.
  • Os pesquisadores determinaram que os ossos foram enterrados simultaneamente e que os rituais funerários lembravam práticas semelhantes feitas durante um período que se estendeu de 500 a 850 d.C.
  • Vasos e estatuetas de cerâmica encontrados no local também ajudaram os arqueólogos a vincular o sepultamento a essa época.
  • A arqueóloga do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, Claudia Servín Rosas, acredita que o enterro poderia ter feito parte de um rito funerário familiar.
  • Ela explicou que, naquela época, os homens eram enterrados para comemorar o estabelecimento de um novo assentamento no México.
  • Os especialistas trabalham agora junto às autoridades mexicanas para preservar esses restos mortais para estudos futuros.

Civilizações ricas

Vale destacar que, antes da chegada dos espanhóis, os astecas, toltecas e os maias ocupavam a região que atualmente corresponde ao território mexicano.

Cidade Maia de Chichen Itza
Cidade Maia de Chichen Itza (Crédito: Aleksandr Medvedkov/ Shutterstock)

Eram civilizações muito avançadas para a época, tanto em termos de tecnologia, como também em cultura. Por esse motivo o México é considerado um local de vários achados históricos e arqueológicos.

No começo deste ano, por exemplo, cientistas encontraram sepulturas de 2.500 anos por lá! O Olhar Digital trouxe uma reportagem completa sobre o assunto à época.

As informações são do Live Science.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.