Fevereiro é o 9º mês (consecutivo) a quebrar recordes de calor na Terra

Os recordes de calor no mundo têm sido quebrados mês após mês desde junho de 2023 – tanto no ar quanto no oceano; entenda as consequências
Pedro Spadoni07/03/2024 08h18
Homem jogando água sobre si mesmo em dia quente no Rio de Janeiro
(Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Fevereiro de 2024 quebrou recordes de calor na Terra – e foi o nono mês consecutivo a fazer isso, informaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta quinta-feira (07). Os recordes de calor no mundo têm sido quebrados mês após mês desde junho de 2023 tanto no ar quanto no oceano.

Para quem tem pressa:

  • Fevereiro de 2024 estabeleceu um novo recorde de calor – e foi o nono mês consecutivo a fazê-lo. A temperatura média do ar alcançou 13,54ºC, o que também superou o recorde anterior do mês (fevereiro de 2016);
  • O secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu a situação atual como a “era da fervura global”. Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), enfatizou que os recordes de temperatura são consequências do aquecimento contínuo do sistema climático;
  • A temperatura média da superfície do mar também atingiu níveis recordes em fevereiro: 21,06ºC, com implicações para o derretimento das calotas polares, o aumento do nível do mar e a acidificação (aumento da acidez) dos oceanos;
  • O período de março de 2023 a fevereiro de 2024 foi o mais quente já registrado. Isso ressalta a urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e combater as mudanças climáticas para evitar novos recordes de temperatura e suas graves consequências.

Segundo o observatório, o recorde no segundo mês deste ano veio porque a temperatura média do ar foi de 13,54ºC – 0,81ºC acima da média do mês entre 1991 e 2020 e 0,12ºC acima do recorde anterior (fevereiro de 2016). Nos mares, a temperatura média no mês atingiu 21,06ºC, recorde em relação a qualquer mês do conjunto de dados do observatório. As informações são do G1.

Leia mais:

‘Fervura global’

Terra vista do espaço
(Imagem: Governo dos EUA)

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, definiu esta como a “era da fervura global”. O diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), Carlo Buontempo, disse que o recorde quebrado em fevereiro é notável, mas não surpreendente “uma vez que o aquecimento contínuo do sistema climático conduz inevitavelmente a novos extremos de temperatura”.

O período entre março de 2023 a fevereiro de 2024 foi o mais quente já registrado. Nele, a temperatura média global ficou 0,68°C acima da média de 1991-2020 e 1,56°C acima da média pré-industrial de 1850-1900. Este aumento significativo nas temperaturas médias globais destaca o agravamento da crise climática.

Visão panorâmica da cidade de São Paulo durante pôr do sol
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os oceanos também têm sofrido com o aquecimento global. Além do recorde mensal, a temperatura média diária da superfície do mar global atingiu um novo pico de 21,09°C no final de fevereiro. Este aumento nas temperaturas oceânicas contribui para o derretimento de calotas polares, aumento do nível do mar e acidificação (aumento da acidez) dos oceanos, o que ameaça a biodiversidade marinha e os meios de subsistência costeiros.

Buontempo alertou que, a menos que haja uma estabilização nas concentrações de gases de efeito estufa, novos recordes de temperatura global continuarão a ser quebrados, trazendo consequências ainda mais severas. A situação atual sublinha a importância de esforços globais para reduzir emissões e combater as mudanças climáticas.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.