Responda rápido: qual a primeira coisa que vem à sua cabeça quando alguém diz que há locais habitáveis no universo? É possível que pense em civilizações alienígenas, ou até mesmo mundos onde os humanos poderiam viver em algum momento, certo?

Porém, o significado de habitável para astrônomos e especialistas da área pode não ser nada do que você pensa. Os profissionais costumam utilizar termos para designar situações e contextos específicos, que podem ser diferentes do que nós imaginamos.

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No meio da astronomia, a palavra habitável simplesmente significa que um planeta possui condições físicas para permitir a existência de vida, qualquer uma delas, até mesmo vida microbiana. Veja abaixo mais detalhes sobre isso!

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Quando falamos em planetas ou zonas habitáveis, o que isso significa na prática?

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Imagem: Ilustração de um exoplaneta capaz de abrigar vida humana. Créditos: Om.Nom.Nom/Shutterstock

Para a NASA, a palavra habitável tem o seguinte significado: “A definição padrão para um planeta habitável é aquele que pode sustentar vida por um período significativo. Com base no nosso sistema solar, a vida requer água líquida, energia e nutrientes. Uma ‘zona habitável’ é a região em torno de uma estrela onde os planetas podem receber a quantidade perfeita de calor para manter água líquida nas suas superfícies”.

Sendo assim, o nosso planeta, por exemplo, é um bom exemplo de um local habitável, sendo o único planeta com essa condição na nossa estrela. Ou seja, é o único dos planetas do nosso Sol que é capaz de existir água líquida na superfície.

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A Terra possui as condições certa para manter a vida: água líquida, energia, nutrientes, entre outros. Outros planetas que orbitam estrelas mais distantes também estão nas zonas habitáveis das suas estrelas. Contudo, não temos certeza que há um mundo assim, que também possua todas essas características para que os seres vivos cresçam, prosperem e produzam.

Habitável é diferente de habitado

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Imagem: Mundo alienígena habitável em uma estrela distante. Créditos: Dotted Yeti/Shutterstock

Depois dessa explicação, nem é necessário dizer que, até agora, a Terra é o único planeta que conhecemos que é habitado. Além disso, é o único planeta que conhecemos onde a vida humana pode andar na superfície respirando o ar, bebendo a água, comendo as plantas, etc.

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Por outro lado, exoplanetas que orbitam o Sol distante, não são fáceis de encontrar. Até o final de janeiro de 2024, conhecíamos somente 5.572 exoplanetas confirmados, em 4.145 sistemas planetários, com 942 sistemas tendo mais de um planeta. Contudo, a estimativa é que há entre 100 e 400 mil milhões de estrelas na nossa galáxia natal, a Via Láctea.

Por isso, quando os profissionais da mídia científica mencionam os exoplanetas habitáveis, não estão sugerindo que esse mundo pode ser uma Terra alternativa, ou um local que um dia podemos colonizar. Do mesmo jeito que habitável não significa que os astrônomos acreditem que exista vida alienígena neste ou naquele planeta distante.

A habitabilidade em nosso sistema solar

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Imagem: Renderização 3D de uma Super Terra, exoplaneta presente em uma zona habitável. Créditos: Aleksandr Kukharskiy/Shutterstock

Alguns cientistas acreditam que Vênus pode ter sido habitável no passado, mas depois aconteceram algumas alterações climáticas que o transformaram na fornalha que conhecemos hoje. Também há suspeitas de que Marte pode ter sido mais habitável no passado, na época em que um oceano cobria grande parte da sua superfície. Até mesmo Mercúrio pode ter tido pontos habitáveis, como nas suas geleiras salinas.

Para além do sistema solar, a lua de Saturno, Encélado, possui uma perspectiva interessante para a habitabilidade: ela está coberta por um oceano global escondido sob uma crosta gelada. Já a lua de Júpiter, Europa, também pode ter um oceano que poderia ser habitável.