A Voyager 1 é o objeto mais distante que o homem já enviou, estando a cerca de 24 bilhões de quilômetros de distância da Terra. No entanto, a sonda que atualmente voa pelo espaço interestelar apresentou problemas nos últimos meses, impedindo que a NASA se comunicasse com ela. Mas agora os pesquisadores parecem ter encontrado uma forma de chegar a uma solução.
Para quem tem pressa:
- A Voyager 1 apresentou problemas que fizeram com que ela não se comunique normalmente com a Terra;
- Em uma das abordagens para entender o que estava acontecendo, os pesquisadores enviaram uma mensagem para sonda;
- A resposta foi um sinal que contém toda a memória de um dos computadores da espaçonave;
- A investigação dessa mensagem pode revelar aos cientistas o que aconteceu com a Voyager 1.
Geralmente a Voyager 1 se comunica com a Terra a partir de mensagens em códigos binários de 0s e 1s, mas em setembro de 2023 um problema surgiu. O contato com a sonda não foi perdido, mas as mensagens enviadas por ela assumiram um tom monótono que não fazia sentido nenhum.
Segundo a equipe de engenharia da missão, em resposta ao IFLScience, o problema impede que qualquer dado científico recolhido ou atualizações do estado da sonda chegue até os pesquisadores, inclusive qualquer informação que explique o que está acontecendo com a Voyager 1.
Através de vários meios indiretos, a equipe concluiu que o problema provavelmente está no Flight Data System [FDS], um dos computadores de bordo da sonda. A equipe está trabalhando duro para resolver o problema, mas esse processo pode levar meses.
Equipe de engenharia da Voyager da NASA
Leia mais:
- 3 curiosidades sobre as sondas Voyager e seu estudo de planetas
- Voyager 1 completa 45 anos: nossa mais ousada tentativa de comunicação extraterrestre
- “Computador zumbi” foi responsável por corromper dados da sonda Voyager 1
Um dos computadores da Voyager 1 pode estar funcionando irregularmente
Desde setembro os cientistas têm tentado fazer com que o funcionamento da Voyager 1 volte ao normal, mas nenhuma das abordagens apresentou resultados, até o início de março. No começo do mês a equipe de engenharia deu um cutucão na sonda para tentar fazer com o que o FDS enviasse códigos diferentes. A intenção era que caso o problema fosse uma seção rompida, ele poderia ser contornado.
A mensagem levou quase um dia para chegar até a sonda, e a resposta dela, mais um. Apesar dela não ter resolvido o problema, ela mostrou algo que pode ajudar a solucioná-lo. Uma das seções do FDS mostrou uma atividade incomum do restante das mensagens ilegíveis.
O novo sinal ainda não estava no formato usado pela Voyager 1 quando o FDS está funcionando corretamente, então a equipe inicialmente não tinha certeza do que fazer com ele. Mas um engenheiro da Deep Space Network da agência, que opera as antenas de rádio que se comunicam com as Voyagers e outras espaçonaves que viajam para a Lua e além, foi capaz de decodificar o novo sinal e descobriu que ele contém uma leitura de toda a memória FDS.
Equipe de engenharia da Voyager em publicação em blog
A análise da memória pode fornecer informações do estado da Voyager 1, e se comparado com os dados de antes de setembro, quando a sonda ainda funcionava normalmente, os cientistas podem descobrir qual é o problema e como ele pode ser corrigido.
Caso a Voyager 1 não volte a operar normalmente, a sonda provavelmente encerrará suas atividades e a missão Voyager seguirá suas operações apenas com Voyager 2, que segue operando normalmente.
Tags: