A Intel divulgou nesta quarta-feira (20) um investimento de ao menos US$ 100 bilhões em quatro estados dos EUA para construir fábricas de chips. Segundo a empresa, que anunciou recentemente um projeto de expansão de cinco anos, a previsão de gastos chega após o governo americano liberar US$ 8,5 bilhões em subsídios à fabricante, sendo esse o maior incentivo fiscal já concedido para reconstruir a indústria de fabricação de semicondutores do país. 

O que você precisa saber: 

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  • O governo dos EUA anunciou incentivos fiscais à Intel sob a Lei de Chips nesta quarta-feira (20); 
  • A lei, aprovada em 2022, visa restabelecer os Estados Unidos como líder na fabricação de semicondutores;
  • O objetivo da empresa é transformar os campos vazios perto de Columbus, em Ohio, no “maior local de fabricação de chips de IA do mundo”; 
  • As fábricas devem começar a funcionar a partir de 2027 ou 2028; 
  • O plano da Intel também envolverá a renovação de locais no Novo México e Oregon, e a expansão das operações no Arizona — onde a rival Taiwan Semiconductor Manufacturing está construindo uma enorme fábrica. Ela também deve receber financiamento do presidente Joe Biden; 
  • As ações da Intel subiram 4% após o anúncio. 

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De acordo com a Reuters, o apoio do governo à Intel deve ajudar a empresa a recuperar seu modelo de negócio. Durante décadas, ela liderou o mundo na fabricação dos semicondutores mais rápidos e menores, mas perdeu essa vantagem de produção na década de 2010 para a TSMC. Desde então, suas margens de lucro despencaram à medida que cortou os preços para manter a quota de mercado com produtos inferiores. 

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Vale lembrar que, em 2021, Pat Gelsinger, CEO da Intel, afirmou que a fabricante ainda voltaria a ser a número 1, mas precisaria do governo para isso. Com a nova assistência em mãos, chegou a hora da companhia gastar: conforme anúncio do diretor, 30% do plano de US$ 100 bilhões será gasto em custos de construção, como mão de obra. O restante irá para a compra de ferramentas de fabricação de chips de empresas. 

O CEO pontuou ainda que, apesar do incentivo, é possível que futuramente a Intel precise de mais apoio, realizando uma nova rodada de investimentos. 

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Levamos mais de três décadas para perder esta indústria. Ela não vai voltar em três a cinco anos de financiamento da Lei CHIPS. 

Pat Gelsinger, CEO da Intel. 

Conforme análise de Jimmy Goodrich, consultor de exportação e tecnologia de semicondutores da RAND Corp, a Intel é a fabricante de chips mais importante para os interesses dos EUA, mesmo com o crescimento de rivais no país. 

Apenas a Intel tem força de trabalho, tecnologia e cadeia de suprimentos que são em grande parte centradas nos EUA. Portanto, embora o que a TSMC e a Samsung estão fazendo aqui seja importante e deva ser bem-vindo, também é importante ter uma equipe local forte.