Esse “primo” do crocodilo era uma das criaturas mais temidas do Triássico

Essas feras cresciam até 5 metros de comprimento e tinham como principal característica a formação de uma armadura de ossos pelo corpo
Por Bob Furuya, editado por Bruno Capozzi 22/03/2024 01h40
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Imagem: Ilustração de Márcio L. Castro/Universidade do Texas
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É verdade que no topo da cadeia alimentar existe sempre um grande carnívoro. Mas, como aprendi desde cedo, acredite, tem sempre alguém mais forte que você.

No caso dos dinossauros, os grandes répteis respeitavam muito os aetossauros, que são os descendentes dos crocodilos que conhecemos hoje. Mas, diferentemente da espécie atual, um aetossauro era muito maior e tinha o corpo protegido por uma poderosa carapaça – o que o tornava praticamente inatingível.

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Essa característica o levou a se espalhar por várias regiões do planeta. Um grupo de cientistas acaba de descobrir um novo tipo de aetossauro, que vivia na Formação Cooper Canyon, no noroeste do Texas, Estados Unidos.

Em comunicado divulgado à imprensa, os paleontólogos afirmaram que a espécie data de 215 milhões de anos e era uma espécie de “tanque” do Período Triássico.

Parte do fóssil estudado – Imagem: Reprodução/Universidade do Texas

Conheça o Garzapelta muelleri

  • Essas feras cresciam até 5 metros de comprimento e tinham como principal característica as placas ósseas ao redor do corpo, as osteodermas.
  • Ao contrário dos crocodilos modernos, que são estritamente carnívoros, os aetossauros eram principalmente onívoros.
  • A descoberta foi feita a partir de uma grande parte da carapaça dorsal da criatura, ou armadura dorsal.
  • O falecido paleontólogo Bill Mueller descobriu o fóssil em 1989.
  • De lá para cá, os cientistas realizaram uma série de estudos.
  • O definitivo, que falou na descoberta de uma nova espécie, é bem recente, e foi publicado em 11 de janeiro na revista The Anatomical Record.
  • O nome escolhido é uma combinação de “Garza” do condado no Texas onde estava o fóssil, com “pelta”, que significa “escudo” em latim.
  • O restante do nome homenageia Mueller.

Um verdadeiro tanque

Como já dissemos, as placas ósseas que cobriam o Garzapelta e outros aetossauros são as osteodermas. Elas eram embutidas diretamente na pele e formavam uma espécie de armadura, encaixando-se como um mosaico.

Além de ter o corpo coberto por placas ósseas, as laterais do Garzapelta eram flanqueadas por pontas curvas que teriam oferecido outra camada de proteção contra predadores. Por esse motivo ele era tão respeitado pelos dinossauros carnívoros. Seu corpo era instransponível.

O que permitiu chegar a essa riqueza de detalhes foi a qualidade do fóssil: ele conservou cerca de 70% da carapaça original.

De acordo com o autor principal do estudo, o doutorando da Escola de Geociências do Texas William Reyes, chamá-lo de tanque não é nenhum exagero.

Ele afirma ainda que é muito provável que a idade e o sexo do animal afetavam a aparência dessa armadura. Isso, porém, deve ser determinado em um outro artigo.

O pesquisador William Reyes ao lado do fóssil da carapaça – Imagem: Reprodução/Instagram de William Reyes

Reyes está atualmente explorando essas questões estudando fósseis de aetossauros na coleção da Escola Jackson. A maior parte deles data da década de 1940 – e fizeram parte de escavações feitas pela Works Progress Administration, uma agência americana criada na época do New Deal.

As informações são do Live Science.

Bob Furuya
Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.