Imagem: rafapress/shutterstock
O ex-presidente dos EUA (e candidato à Casa Branca em 2024), Donald Trump, obteve, nesta sexta-feira (22), aval dos investidores de uma empresa de aquisição de cheque em branco terem aprovado fusão envolvendo a Truth Social, rede social de Trump.
O acordo compreende a participação majoritária do ex-presidente na empresa que detém a Truth Social em cerca de US$ 3,3 bilhões (R$ 16,5 bilhões, na conversão direta), sendo que a fusão está avaliada em US$ 5,7 bilhões (R$ 28,51 bilhões).
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O dinheiro que pode chegar para Trump pode ser vital para si, já que ele enfrenta vários processos, sendo que foi condenado a pagar US$ 454 milhões (R$ 2,27 bilhões) em um deles, como lembra a Reuters.
A Reuters ressalta que, mesmo que o acordo se conclua na semana que vem, Trump será impedido de vender quaisquer ações na nova empresa durante seis meses, tampouco contrair empréstimos no nome delas.
O acordo prevê, ainda, possível injeção de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) para a Trump Media and Technology Group (TMTG), controladora da Truth Social. Nos primeiros nove meses do ano passado, ela perdeu US$ 10,6 milhões (R$ 53,03 milhões) de suas operações, obtendo receita de US$ 3,4 milhões (R$ 17 milhões).
Para se sustentar, a companhia vem contraindo empréstimos por meio de notas promissórias conversíveis e pagáveis em estoque, no valor de US$ 40,7 milhões (R$ 203,61 milhões).
Baseando-se na forma como as ações da Digital World foram negociadas há pouco, espera-se que a TMTG seja avaliada em até US$ 5,7 bilhões (R$ 28,51 bilhões) após a fusão com a Digital World em base não diluída, sendo até US$ 8,6 bilhões (R$ 43,02 bilhões) em base 100% diluída – ela leva em conta bônus de subscrição a serem exercidos e ações de earnout a serem emitidas.
O valor da avaliação em base totalmente diluída é um pouco menos da metade do X, rede social de Elon Musk, que, vale dizer, é bem mais popular que a de Trump.
Em fevereiro, a Digital World alegou que a Truth Social chegou a 8,9 milhões de usuários, ante mais de meio bilhão de usuários mensais do X, de acordo com Musk.
Outro detalhe é a quantidade de seguidores de Trump: enquanto o ex-presidente dos EUA tem 6,7 milhões de seguidores em sua própria rede social, ele tinha mais de 88 milhões quando o X (ainda Twitter, na época) o suspendeu. Após sua conta ter sido reativada, ela ainda possui 87,4 milhões de seguidores.
Um usuário da Truth Social, @racinrob, afirmou que a compra das ações “ajudará o presidente Trump a obter seu título, comprar 4 ações por todos beneficiará a todos”.
Após a aprovação do negócio por seus acionistas, as ações da Digital World caíram mais de 10% nesta sexta-feira (22).
Caso o negócio avance, Trump terá entre 58,1% e 69,4% da nova empresa – vai depender da extensão em que os investidores apoiarem o acordo.
A TMTG foi criada após o bloqueio aos perfis do ex-presidente dos EUA em Facebook, Twitter e YouTube, causado pela invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Desde então, são vários os contratempos e atrasos envolvendo o acordo. A Digital World, por exemplo, foi investigada pelo Departamento de Justiça dos EUA e pela SEC, destituiu Orlando do cargo de presidente-executivo e causou furor no conselho da empresa.
A empresa acabou firmando acordo com a SEC no valor de US$ 18 milhões (R$ 90,05 milhões). O órgão regulador do mercado de ações estadunidense acusou a companhia de enganar seus investidores ao não divulgar, em documentos, que havia formulado plano para adquirir a TMTG e que estava buscando o negócio antes de seu IPO.
Esta post foi modificado pela última vez em 22 de março de 2024 22:30