Imagem: Rodrigo Mozelli (gerado com IA)/Olhar Digital
Pesquisadores tiveram êxito na transformação de CO₂ em metanol ao incidirem luz solar sobre átomos individuais de cobre depositados em material ativado pela luz. A novidade pode permitir futura criação de combustíveis verdes.
A equipe internacional de pesquisadores da Escola de Química das Universidades de Nottingham, de Birmingham, de Queensland e de Ulm projetou material feito de cobre ancorado em nitreto de carbono nanocristalino.
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Na pesquisa, publicada na revista Sustainable Energy & Fuels, os cientistas explicam que os átomos de cobre estão aninhados na estrutura nanocristalina, permitindo aos elétrons se moverem do nitreto de carbono para o CO₂, etapa vital na produção de metano a partir do CO₂ e sob influência de irradiação solar.
O dióxido de carbono é o maior provocador do aquecimento global. Mesmo podendo transformá-lo em produtos úteis, os métodos térmicos tradicionais se baseiam no hidrogênio advindo de combustíveis fósseis.
É importante o desenvolvimento de métodos alternativos baseados em foto e eletrocatálise, aproveitando energia solar sustentável e abundância de água onipresente.
Há grande variedade de materiais diferentes usados na fotocatálise. É importante que o fotocatalisador absorva luz e separa portadores de carga com alta eficiência. Em nossa abordagem, controlamos o material em nanoescala. Desenvolvemos nova forma de nitreto de carbono com domínios cristalinos em nanoescala que permitem interação eficiente com a luz, bem como separação de carga suficiente.
Madasamy Thangamuthu, pesquisador da Escola de Química da Universidade de Nottingham e co-líder da equipe de pesquisa
Foi desenvolvido processo de aquecimento de nitreto de carbono até o grau de cristalinidade necessário e maximiza as propriedades funcionais do material para fotocatálise.
Medimos a corrente gerada pela luz e a usamos como critério para julgar a qualidade do catalisador. Mesmo sem cobre, a nova forma de nitreto de carbono é 44 vezes mais ativo que o nitreto de carbono tradicional. No entanto, para nossa surpresa, a adição de apenas 1 mg de cobre por 1 g de nitreto de carbono quadruplicou esta eficiência. Mais importante ainda, a seletividade mudou do metano, outro gás de efeito estufa, para o metanol, combustível verde valioso.
Tara LeMercier, estudante Ph.D. que realizou o trabalho experimental na Escola de Química da Universidade de Nottingham (Inglaterra)
“A valorização do dióxido de carbono é a chave para alcançar a ambição líquida zero do Reino Unido. É de vital importância garantir a sustentabilidade de nossos materiais catalisadores para esta importante reação. A grande vantagem do novo catalisador é que ele consiste em elementos sustentáveis – carbono, nitrogênio e cobre – todos altamente abundantes em nosso planeta”, disse Andrei Khlobystov, professor da Escola de Química da Universidade de Nottingham (Inglaterra).
Esta post foi modificado pela última vez em 27 de março de 2024 00:46