O governo de Israel tem sido fortemente criticado por diversos países por violar o direito internacional em meio a ofensiva na Faixa de Gaza. Mas agora o governo de Benjamin Netanyahu foi alvo de uma nova acusação: a de implantar um programa de reconhecimento facial em massa na região, criando um banco de dados de palestinos sem seu conhecimento ou consentimento.

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Já são quase seis meses de confrontos em Gaza (Imagem: Below the Sky/Shutterstock)

Israel usa reconhecimento facial para mapear população de Gaza

  • Segundo reportagem do The New York Times, o programa teria sido criado pelas autoridades israelenses após os ataques de 7 de outubro do grupo terrorista Hamas.
  • Israel estaria utilizando a tecnologia do Google Fotos, bem como uma ferramenta personalizada criada pela empresa Corsight, com sede em Tel Aviv, para identificar os palestinos.
  • A Corsight afirma que a sua tecnologia pode identificar com precisão qualquer pessoa, mesmo que menos de 50% de seu rosto esteja visível.
  • Para ampliar o banco de dados disponível, o exército israelense instalou postos de controle equipados com câmeras de reconhecimento facial ao longo das principais estradas que os palestinos usavam para fugir para o sul em meio aos bombardeios em Gaza.
  • Além disso, os soldados israelenses teriam pedido a prisioneiros palestinos que identificassem pessoas de suas comunidades.
Governo de Israel é acusado de cometer crimes de guerra contra o povo palestino (Imagem: Serdarkeskiin/Shutterstock)

Civil palestino foi confundido com terrorista pelo sistema

O primeiro uso do sistema foi feito pela principal unidade de inteligência das Forças de Defesa do país. O objetivo era localizar alvos potenciais do Hamas. No entanto, segundo a publicação, a ferramenta identificou erroneamente algumas pessoas como membros do grupo terrorista.

As próprias autoridades de Israel teriam admitido que a tecnologia nem sempre é precisa, cometendo erros principalmente quando se baseava em imagens granuladas ou fotos com pouca luz.

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Um dos erros cometidos pela ferramenta envolveu o poeta palestino Mosab Abu Toha, que foi retirado de um posto de controle militar israelense na rodovia central de Gaza em meados de novembro do ano passado. Ele estava tentando deixar a região rumo ao Egito com sua família.

O sistema emitiu um alerta apontando que Abu Toha fazia parte de uma lista de pessoas procuradas pelo governo de Israel. O civil palestino foi mantido em um centro de detenção, onde foi espancado e interrogado por dois dias antes de ser libertado.

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As autoridades israelenses nunca deram uma explicação para o caso. A Corsight não se pronunciou até o momento sobre as acusações de criar um banco de dados de palestinos sem autorização e sobre as falhas do sistema. As informações são da The Verge.