Durante 9 anos, um grupo de pesquisadores do Royal Berkshire Hospital do Reino Unido dedicou-se a estudar os efeitos de uma nova vacina contra infecções recorrentes do trato urinário (ITU). E os resultados são promissores! O imunizante oral tem potencial para substituir o uso de antibióticos no tratamento da doença.

As descobertas da pesquisa foram compartilhadas no Congresso da Associação Europeia de Urologia (EAU), que ocorreu no último fim de semana em Paris.

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Vacina MV140: o que é? E como funciona?

A MV140 é uma nova vacina experimental para a prevenção de infecções recorrentes do trato urinário (ITU), que afetam principalmente as mulheres. Ela é administrada na língua por meio de um spray com sabor de abacaxi. Para fazer efeito, precisa ser aplicada no mesmo local diariamente durante três meses.

Criada pela empresa espanhola Immunotek, é uma mistura de quatro tipos de bactérias suspensas em água e está disponível em 26 países, ainda sem licença.

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Leia mais:

Prevenção de ITU por até 9 anos

  • Para avaliar a eficácia da vacina, os médicos acompanharam 89 pacientes que tomaram o imunizante.
  • Mais da metade (54%) dos participantes não apresentaram retorno de ITU durante nove anos e não relataram efeitos colaterais perigosos.
  • O período de proteção na amostra total de pacientes se estendeu por quatro anos e meio.
  • Para mulheres foram quatro anos e sete meses de proteção e para homens cerca de um ano a menos.
  • 40% dos participantes repetiram as doses da vacina após um ou dois anos de tratamento.

Segurança a longo prazo

Um dos pesquisadores do estudo, Bob Yang, que é urologista, destacou que a vacina garante segurança prolongada. “No geral, a vacina é segura a longo prazo e os nossos participantes relataram ter menos ITUs menos graves”, disse ele em conversa com o Medical Xpress. Além disso, a maioria dos participantes do estudo afirmou que a vacina beneficiou sua qualidade de vida.

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O imunizante também pode ser uma opção mais vantajosa do que os tratamentos atuais feitos com antibióticos. Seu uso excessivo pode desenvolver resistência das bactérias responsáveis pelas infecções e, inclusive, é mais custoso. Uma vacina preveniria que o paciente voltasse ao médico por esse mesmo problema e gastasse novamente com os remédios, por exemplo.

Esses dados de acompanhamento sugerem que ela [a vacina] poderia ser uma mudança no jogo para a prevenção de ITU se fosse oferecida amplamente, reduzindo a necessidade de tratamentos com antibióticos

Bob Yang para o Medical Xpress