Uma série de habitats espaciais infláveis, o maior dos quais poderia fornecer tanto volume interno quanto um estádio esportivo, está em desenvolvimento pela startup norte-americana Max Space. O objetivo é apoiar a humanidade a se expandir no espaço, ocupando a Lua e até Marte.

Esses planos, que a empresa revelou durante uma apresentação no 39º Simpósio Espacial, realizado semana passada no Colorado, são projetados para ajudar nossa espécie a ter alternativas de habitação quando for necessário em algum momento futuro da evolução da Terra.

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Habitats expansíveis, como o nome indica, são lançados em forma comprimida para caber dentro de carenagens de foguetes, mas aumentam muito de tamanho quando implantados no espaço. 

Três protótipos de módulos expansíveis estão realmente circulando a Terra: Genesis 1 e Genesis 2, voos livres lançados em 2006 e 2007, respectivamente, e o Bigelow Expandable Activity Module (BEAM), que está ligado à Estação Espacial Internacional (ISS) desde 2016.

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Os três foram construídos pela empresa Bigelow Aerospace, que fechou as portas em 2020. Os cascos de contenção de pressão para as espaçonaves Genesis foram projetados e fabricados pela Thin Red Line Aerospace, uma pequena empresa canadense administrada por Maxim de Jong, cofundador da Max Space.

Segundo ele, a nova startup, que está em operação há cerca de um ano, está comercializando a tecnologia Thin Red Line Aerospace – mas não como uma recauchutagem da linha Genesis.

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“É uma abordagem muito, muito, muito diferente, em que você está apenas colocando fibras em um cenário desacoplado onde elas não entram em conflito umas com as outras”, disse de Jong ao site Space.com. O resultado é um módulo econômico que se expande de forma previsível e confiável, sendo altamente escalável para tamanhos maiores.

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Se tudo correr conforme o planejado, a nova tecnologia terá seu primeiro teste fora da Terra daqui a dois anos. A Max Space reservou uma vaga em um lançamento compartilhado da SpaceX de 2026.

Essa missão enviará um módulo do tamanho de duas grandes malas para a órbita, a configuração compactada do habitat. Quando implantado, ele se expandirá para um volume pressurizado de 20 metros cúbicos.

Esta implantação estabelecerá um novo recorde para habitats expansíveis, já que os dois protótipos do Genesis apresentam 11,5 metros cúbicos de volume interno, enquanto o BEAM tem 16 metros cúbicos.

Ajudar a colonizar a Lua e Marte é o objetivo da Max Space

A Max Space já construiu um protótipo em tamanho real da primeira unidade de voo, que está usando para testes em solo. A empresa começou a fabricar o veículo de voo, que não contará com sistemas de suporte à vida, mas terá a mesma blindagem e força das versões com classificação humana.

Módulo habitacional inflável da Max Space pode, um dia, ajudar a colonizar Marte. Crédito: Max Space

Depois, a startup pretende lançar seu primeiro módulo de 100 metros cúbicos em 2027 e um gigante de 1.000 metros cúbicos até 2030. Variantes ainda maiores poderiam ser lançadas posteriormente, a bordo do megafoguete Starship da SpaceX ou do veículo New Glenn da Blue Origin, disse a empresa.

O objetivo é fornecer uma variedade de destinos para uma variedade de clientes, desde empresas farmacêuticas que quiserem produzir em massa medicamentos em microgravidade até estações espaciais comerciais que desejarem expandir seu espaço útil. 

Aaron Kemmer, outro sócio da Max Space, diz que sonha em ter uma cidade na Lua antes de morrer. Ele acredita que os módulos infláveis e expansíveis da startup podem ser usados para ocupar os tubos de lava enterrados sob a superfície lunar.

Também está nos planos de Jong e Kemmer a colonização de Marte. Depois de ocupar com sucesso a Lua, a  Max Space direcionaria seus habitats infláveis para o Planeta Vermelho, servindo como facilitadora chave do assentamento humano fora da Terra.