Arqueólogos encontraram, em caverna formada por fluxo de lava na Arábia Saudita, evidências de presença humana antiga. Entre as descobertas, estão arte rupestre e ossos de animais, lançando luz sobre o uso da caverna e sua dieta.

Com base nas evidências, a caverna, chamada Umm Jirsan, começou a servir de habitação para humanos desde cerca de dez mil anos atrás, durante o período Neolítico, até pelo menos sete mil anos atrás, possivelmente até a Idade do Bronze, como explica o Science Alert.

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O arqueólogo Michael Petraglia, da Universidade Griffith (Austrália), disse que, “embora as localidades subterrâneas sejam globalmente significativas na arqueologia e na ciência quaternária, nossa investigação representa o primeiro estudo abrangente deste tipo na Arábia Saudita”.

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Anteriormente, especialistas encontraram, em Umm Jirsan, ossos humanos espalhados entre centenas de milhares de restos de animais supostamente deixados por hienas necrófagas. Desta vez, eles se concentraram apenas na atividade humana no local, que ocorreu em cerca de 1,5 quilômetro da caverna.

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Imagem: Reprodução/Projeto Arábia Verde

Evidências de atividade humana na caverna

  • Na atual pesquisa, encontraram, no tubo de lava, fragmentos de tecido, peças de madeira trabalhada, estruturas parciais de pedra e lascas de rocha, talvez usadas como ferramentas, bem como ossos de animais;
  • Algumas das descobertas estavam em montes de entulho, enquanto outras estavam em um poço escavado pelos pesquisadores;
  • Os investigadores hesitam em chamar os fragmentos de rocha de “ferramentas”, contudo, as formas repetidas sugerem terem sido produzidos intencionalmente e podendo, inclusive, terem sido usados como raspadores;
  • Em análise anterior, a dieta desses humanos teria sido rica em proteínas com o passar dos milênios, aumentando, com o passar do tempo, o consumo de certos tipos de plantas;
  • Somando todas as pesquisas já realizadas no local, sugere-se que essas cavernas serviam de descanso aos pastores de animais que se deslocavam entre oásis do deserto, onde podem ter se associado e comercializado mercadorias.

“Nossas descobertas em Umm Jirsan proporcionam raro vislumbre da vida dos povos antigos na Arábia, revelando fases repetidas da ocupação humana e lançando luz sobre as atividades pastoris que outrora prosperaram nesta paisagem”, afirmou o arqueólogo Mathew Stewart, da Universidade Griffith.

Outra evidência de que pastores de gado habitavam as cavernas de Umm Jirsan são obras de arte recém descobertas e esculpidas em rocha próxima da caverna. Elas retratam animais, como bovinos, caprinos e ovinos, em supostas cenas pastorais ao lado de figuras humanas.

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Imagem: Reprodução/Projeto Arábia Verde

Esses tipos de cavernas, como Umm Jirsan, são verdadeiras minas de ouro para arqueólogos, reforça o Science Alert, pois os achados que se encontram nesses locais estão protegidos da ação do tempo, como ventos, Sol quente, entre outros, que nessa região da Terra, pode ser bastante extremas.

“Estas descobertas sublinham o imenso potencial para investigações interdisciplinares em cavernas e tubos de lava, oferecendo janela única para o passado antigo da Arábia”, concluiu Petraglia.

O estudo foi publicado na PLOS ONE.