Você sai de casa cedo e pega pelo menos uma hora de transporte público para chegar ao trabalho. Pelo menos… A jornada varia entre 9 e 10 horas, contando a hora do almoço. Sai às 18h e, no horário do pico, seu trajeto de volta é um pouco mais demorado. Consegue chegar em casa lá para as 19h30, 20h. E uma nova jornada começa, agora de serviços domésticos.

Esse roteiro se encaixa na vida de milhões de pessoas. E, como precisamos de dinheiro para viver, não dá para pular a parte do emprego. Mas e a parte final do dia? O sonho de muita gente seria ganhar uma ajuda nas tarefas de casa. Lavar, passar, dobrar, varrer, cozinhar… E se eu te disser que você pode ganhar o auxílio de um robô? E que isso pode acontecer antes do que esperávamos.

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Quem está dizendo isso não sou eu, mas especialistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das mais importantes universidades do mundo. O argumento deles é que o avanço da Inteligência Artificial está permitindo aos profissionais da Robótica que superem o chamado paradoxo de Moravec. Segundo essa máxima, “o que é difícil para os humanos é fácil para as máquinas, e o que é fácil para os humanos é difícil para as máquinas”.

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Graças à IA, isso está mudando. Os robôs estão começando a se tornar capazes de realizar tarefas como dobrar roupas e descarregar compras, que não muito tempo atrás eram vistas como tarefas quase impossíveis.

O MIT listou para a gente os 3 principais motivos pelos quais eles acreditam que os robôs estão prestes a se tornar mais úteis em nossas vidas.

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1) Hardware barato torna a pesquisa mais acessível

  • Os robôs continuam sendo caros, mas já estão muito mais baratos do que antigamente.
  • Não estou dizendo que você vai comprar amanhã um robô parcelado na loja de departamento.
  • Mas robôs novos e mais baratos estão permitindo que mais pesquisadores estudem e desenvolvam a tecnologia.
  • Isso tende a torná-la mais acessível e, um dia, disponível para o mercado.
  • Por exemplo, um dos primeiros robôs domésticos, batizado de PR2, custava US$ 400 mil!
  • Já o robô Stretch, desenvolvido pela startup Hello Robot, foi lançado durante a pandemia com um preço muito mais razoável de cerca de US$ 18 mil.
  • Ainda é caro, mas a tendência é de que a tecnologia passe a custar menos.

2) A IA está nos ajudando a construir “cérebros robóticos”

  • Outro ponto sustentado pelo MIT é o da Inteligência Artificial, sobre a qual já falamos.
  • Antes, os pesquisadores faziam com que seus robôs dessem mortais para trás.
  • Hoje, graças ao boom da IA, o foco está agora em construir “cérebros robóticos de uso geral” na forma de redes neurais.
  • Os robôs estão aprendendo com o ambiente em movimento e ajustando seu comportamento de acordo.
  • O que um robô que sabe dar mortal poderia ajudar no seu dia a dia? Nada, certo?
  • Agora, um robô que aprende com o meio onde ele vive pode realizar inúmeras tarefas.
Ilustração de pessoa trabalhando em escritório futurístico usando inteligência artificial
(Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

3) Mais dados permitem que os robôs aprendam mais habilidades

  • O MIT afirma que os cientistas estão compartilhando informações uns com os outros e que isso está acelerando o processo de aprendizagem de robôs.
  • No ano passado, o Google DeepMind fez uma parceria com 34 laboratórios de pesquisa e cerca de 150 pesquisadores para coletar dados de 22 robôs diferentes, incluindo o Stretch, da Hello Robot.
  • O conjunto de dados resultante, publicado em outubro de 2023, consiste em robôs que demonstram 527 habilidades, como pegar, empurrar e mover.
  • Os primeiros sinais mostram que mais dados estão levando a robôs mais inteligentes.

Para o MIT, hardware mais barato, o avanço da IA e um extenso banco de dados compartilhado propiciam o ambiente ideal para o que chamaram de “momento ChatGPT” da Robótica. O Olhar Digital, claro, acompanha de perto.

As informações são do MIT Technology Review.