(Imagem: Rostislav_Sedlacek/ Shutterstock)
Os vinhos enlatados ainda não são um grande sucesso no Brasil, mas em breve é possível que você veja mais opções ao lado dos refrigerantes no mercado. Apesar de prática, essa modalidade da bebida ainda enfrenta um problema que pode dificultar a popularização: o cheiro ruim.
Calma, não tem nada a ver com a qualidade do vinho em si. Um novo estudo descobriu o culpado por trás disso.
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O verdadeiro culpado pelo cheiro ruim do vinho é o pacote completo: a interação entre a bebida, o revestimento interno e a lata.
Toda essa descoberta começou quando Gavin Sacks, um professor de ciência de alimentos na Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida da Universidade Cornell, uma das principais instituições agrícolas do mundo, foi abordado por produtores de vinho sobre problemas de qualidade da bebida enlatada. Eles relatavam corrosão, vazamentos e cheiro ruim, descrito como “cheiro de ovo podre”.
Os produtores explicaram que seguiram todas as recomendações dos fornecedores de lata, mas ainda assim sentiam o cheiro (algo que não acontece na versão engarrafada).
Então, Sacks decidiu descobrir quais compostos eram o problema na relação entre o vinho e as latas – afinal, ninguém nunca sentiu cheiro de ovo podre vindo de uma Coca-Cola.
Em todas as abordagens, eles chegaram a uma conclusão: o culpado pela corrosão e pelo aroma estranho era uma forma molecular de dióxido de enxofre. Esse composto é usado por produtores como antioxidante e antimicrobiano.
O problema é que o revestimento interno das latas não estava impedindo totalmente a interação entre o dióxido de enxofre da bebida com o alumínio da lata, resultado na produção de um terceiro composto, o sulfeto de hidrogênio. Coincidentemente, ele tem um cheiro ruim, descrito como “cheiro de ovo podre”.
Mas se o composto é comum nos vinhos comerciais, como solucionar o problema?
Segundos os pesquisadores, a resposta é diminuir a concentração de dióxido de enxofre ao mesmo tempo que mudar o revestimento interno das latas.
Basicamente, de acordo com o Phys.org, o segredo é trabalhar abaixo do “limite” do que daria errado. Ainda é possível haver problemas na oxidação, mas essa possibilidade diminui com as mudanças propostas.
As descobertas sobre o vinho não pararam por ai:
Agora, o grupo vai se dedicar a projetar revestimentos robustos e menos poluentes, na tentativa de corresponder à demanda do mercado.
A geração atual de consumidores de vinho, que está atingindo a maioridade, quer uma bebida que seja portátil e que possa levar consigo para beber em um show ou para levar para a piscina. Isso realmente não descreve um vinho embalado em vidro com acabamento em cortiça. No entanto, descreve uma lata muito bem.
Gavin Sacks
Esta post foi modificado pela última vez em 18 de abril de 2024 09:48