Em abril de 2023, um grupo de pesquisadores começou uma expedição pela costa do Brasil para investigar a contaminação por microplásticos presentes nessas áreas. Os resultados iniciais da pesquisa já mostram uma alta concentração do poluente nas praias.

O Projeto MICROMar, que teve apoio de universidades estaduais e federais, deve finalizar as coletas de amostras em maio deste ano.

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O microplástico no litoral brasileiro

  • Considerados uma ameaça ambiental e à saúde, os esforços para identificar e analisar os microplásticos têm aumentado.
  • As expedições da MICROMar buscam identificar e quantificar os microplásticos, considerando a diversidade do litoral brasileiro, incluindo fatores como ocupação, turismo e clima.
  • Mais de mil praias já foram visitadas e a previsão é que o número de amostras chegue a oito mil.
  • Com pouco menos de um mês para o fim da coleta de amostras, os resultados iniciais já evidenciaram alta poluição por microplásticos em todas as praias visitadas.
  • Estados como São Paulo, Paraná, Sergipe e Bahia devem estar entre os mais poluídos.
Imagem: divulgação Projeto MICROMar

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A grande expedição

Este não é o primeiro estudo a investigar os microplásticos nas áreas litorâneas do Brasil, mas é um dos maiores até agora. Os pesquisadores já passaram por 1190 praias em cinco expedições que incluíram São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Amapá, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará.

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Como o microplástico é coletado?

O microplástico é coletado por meio de uma ferramenta com quatro lados chamada de quadrante. Ela serve como uma unidade de referência para as coletas de amostras de areia e água do mar em cada praia. Ao dividir a área da praia em quadrantes, os pesquisadores podem garantir uma distribuição sistemática e representativa das amostras ao longo da costa. Cada um deles gera cinco amostras de areia e a quantidade de material coletado pode variar dependendo do tamanho da orla de cada praia.

Imagem: divulgação Projeto MICROMar

Uma possível solução

O Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Os microplásticos já causam danos à saúde de organismos e biomas aquáticos há algum tempo, afetando a reprodução, crescimento dos animais marinhos e outros fatores.Além disso, segundo o especialista Marcelo Pompêo, o microplástico também é trazido pelo mar de outras regiões além da costa brasileira.

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O pesquisador, envolvido no projeto, enfatiza a necessidade de ações para mudar o cenário para alterar o cenário:

Tirar o microplástico do meio [do dia a dia] é impossível, mas podemos mudar seu uso. Tudo considerado de uso único poderia ser abolido, para darmos um uso mais ‘nobre’ ao microplástico, com produtos mais duráveis.

Marcelo Pompêo, professor do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências (IB) da USP, em declaração ao jornal da faculdade