Nesta terça-feira (23), a Rocket Lab lançou, de seu local de lançamento em Māhia (Nova Zelândia), a mais nova missão da NASA destinada a testar novos materiais de viagens espaciais, chamada de “Sistema Avançado de Velas Solares Compostas” (ACS3).

A missão tem como principal objetivo testar a implantação de velas solares usando novas lanças compostas – materiais em forma de tubo projetados para desenrolar e segurar quatro folhas triangulares extremamente finas, que, juntas, formam painel semelhante a uma pipa.

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Lançamento da nova tecnologia da NASA foi bem-sucedida

  • Segundo o Space.com, o lançamento, realizado por meio de um foguete Electron, foi bem-sucedido, realizado às 19h33 (horário de Brasília);
  • As velas solares aproveitam o impulso sutil da luz solar, usando-a para impulsionar sondas Espaço afora, da mesma forma que os barcos à vela captam o vento no mar terrestre;
  • Já que a “navegação solar” é eficaz e não precisa de combustível, muitos defensores da exploração espacial têm grandes esperanças acerca dessa nova forma de propulsão;
  • Missões anteriores de velas solares, como a LightSail 2, da Sociedade Planetária, e a Ikaros, do Japão, foram bem-sucedidas, mas usavam lanças de metal, que são pesadas e estão sujeitas a se transformar de maneira imprevisível, graças a oscilações bruscas de temperatura que podem ocorrer no Espaço;
  • Com a ACS3, espera-se desenvolvimento maior da tecnologia.

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Electron capturou esta imagem da Ilha Norte (Nova Zelândia) enquanto rumava ao Espaço (Imagem: Reprodução/Rocket Lab)

A missão planeja testar a implantação de novas barreiras compostas que irão desenrolar a vela solar medindo aproximadamente nove metros de cada lado, ou aproximadamente o tamanho de um pequeno apartamento no total

Rocket Lab, na descrição da missão

“Os dados de voo obtidos durante a demonstração serão usados ​​para projetar futuros sistemas compostos de vela solar em larga escala para satélites de alerta precoce de clima espacial, missões de reconhecimento de asteroides e outros corpos pequenos, e missões para observar as regiões polares do Sol”, completou a empresa.

Mais rígidas e leves do que a tecnologia anterior, as lanças ACS3 ampliam a vela para 80 m² a partir de satélite do tamanho de um micro-ondas em menos de 30 minutos.

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Quando os fótons (partículas de luz) atingem uma vela solar, elas transferem seu impulso para a vela. Apesar de serem leves, esses empurrões sutis são constantes e podem ajudar as espaçonaves a cruzar o Espaço, permitindo, inclusive, que acelerem a velocidades geralmente alcançáveis com foguetes tradicionais.

Veja, abaixo, um teaser da missão, lançado há algumas semanas pela NASA:

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Velas solares vão achar vida fora da Terra?

Astrobiólogos acreditam que as velas solares poderão achar vida alienígena nas luas Europa, de Júpiter, e Encélado, de Saturno, ambas cobertas de gelo, onde que se acredita terem condições favoráveis à vida, como na Terra, mas não na superfície, e, sim, em seus oceanos subterrâneos.

O satélite ACS3 é quatro vezes maior que o LightSail e usa lanças mais leves feitas de polímero reforçado com fibra de carbono (CFRP), fortes o bastante para segurar a vela solar com firmeza e flexíveis o suficiente para compactar-se de forma adequada para o lançamento, ocorrido nesta terça-feira (23).

Alan Rhodes, engenheiro de sistemas líder da missão no Centro de Pesquisa Ames, da NASA, explicou que “sete metros das lanças destacáveis podem se enrolar de forma que caiba na mão. A esperança é que as novas tecnologias verificadas nesta espaçonave inspirem outros a usá-las de maneiras que nem sequer consideramos”.

Uma vez que o foguete atingir a órbita predeterminada, em cerca de 105 minutos, mil quilômetros acima da superfície da Terra, ela começará o processo de desenrolar as lanças compostas, que abrangem as diagonais da vela e deve levar 25 minutos.

Se tudo der certo, a missão também testará a mudança da órbita da espaçonave por meio da vela solar, manobra que poderia oferecer dados úteis para futuras missões, segundo a NASA.

Após a implantação completa, a vela solar será tão larga quanto seis vagas de estacionamento de automóveis padrão alinhadas. Com essas dimensões, a superfície refletiva da estrutura brilhará no céu tão intensamente quanto Sirius, a estrela mais brilhante no céu noturno.