Observadores do céu têm uma excelente programação para esta noite: o pico da chuva de meteoros Eta Aquáridas. Esse fenômeno acontece quando a Terra atravessa a parte mais densa da trilha de detritos do cometa Halley

Cada pequeno fragmento deixado pelo cometa, ao atravessar a atmosfera do planeta em alta velocidade, gera um meteoro – fenômeno luminoso popularmente conhecido como “estrela cadente”.

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Durante uma chuva de meteoros, vários fragmentos da mesma trilha atingem a atmosfera. No caso da Eta Aquáridas, sua atividade este ano se iniciou em 19 de abril e vai até 28 de maio, com a máxima prevista para a madrugada entre domingo (5) e segunda-feira (6). Abaixo, um registro feito em Monte Castelo (SC), na quarta-feira (1º).

De acordo com a plataforma Starwalk, neste ano, as condições de visualização são promissoras, pois não haverá interferência da luz da Lua em torno do pico, já que ela estará no fim da fase minguante, iniciando a fase nova três dias após a máxima de Eta Aquáridas. 

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Além do pico, em 2024, de acordo com a Organização Internacional de Meteoros (IMO), houve uma atividade aumentada na sexta-feira (3) por um surto provocado quando a Terra cruzar uma nuvem de detritos deixada pelo Halley em sua passagem no ano 986 a.C. 

Número médio de meteoros por hora por região. Crédito: Bramon

Duas chuvas de meteoro têm relação com detritos do cometa Halley

A Eta Aquáridas é a primeira das duas chuvas anuais de meteoros associadas ao cometa Halley. A outra é a Oriônidas, que acontece no mês de outubro, bem menos intensa.

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Todos os meteoros de uma mesma chuva atingem a atmosfera paralelamente uns aos outros. Isso porque seguem aproximadamente a mesma órbita do cometa ou asteroide de onde se originaram.

No entanto, devido ao efeito de perspectiva, para um observador na Terra esses meteoros parecem se originar de um mesmo ponto no céu, chamado radiante. No caso da Eta Aquáridas, esse ponto fica na Constelação de Aquário, próximo à estrela Eta Aquarii, que dá nome ao evento.

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Crédito: Bramon

O Brasil está em um lugar privilegiado na Terra para testemunharmos o fenômeno, já que a Eta Aquáridas é mais predominante no Hemisfério Sul. “Por aqui, normalmente são esperados entre 50 e 60 meteoros por hora na máxima. No entanto, há casos de surtos que podem gerar algo entre 120 e 160 meteoros em apenas uma hora”, explica  Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital.

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Como observar o fenômeno

Tudo o que você precisa para ver o espetáculo é: escuridão, um lugar confortável para assistir e um pouco de paciência.

Zurita ressalta que uma chuva de meteoros é um espetáculo astronômico dos mais democráticos. “Pode ser observada por qualquer pessoa que tenha uma visão razoável e acesso a algum pedaço de céu. Não precisa de telescópios, câmeras nem qualquer equipamento especial. Basta ter disposição para perder algumas horas de sono e olhar para o céu”.

O melhor momento de observação desta chuva, normalmente, é entre 3h30 e 5h30 da manhã (pelo horário de Brasília). “Mas, por volta da 1h45, já deve ser possível observar os meteoros desta chuva, partindo sempre da direção leste”, diz o especialista.

Um app de observação, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView, pode ajudar a encontrar a constelação de Aquário. Certifique-se de direcionar seu olhar para constelações próximas, e não diretamente para ela, pois meteoros mais próximos do radiante têm trilhas mais curtas e são mais difíceis de detectar. 

Vá para o local mais escuro possível e relaxe. Você não precisa de nenhum equipamento especial, como telescópios ou binóculos, pois o segredo é ter acesso ao máximo de céu possível e permitir pelo menos 30 minutos para que seus olhos se ajustem ao escuro.

Portanto, não perca essa oportunidade de ver lindas “estrelas cadentes” no céu e, como manda a tradição, fazer seus pedidos! Boa sorte!