Considerada por muitos a primeira das principais chuvas de meteoros que acontecem todos os anos, Líridas está ativa desde a última terça-feira (16) e tem previsão de acabar na quinta (25). A máxima do evento ocorreu entre domingo (21) e segunda-feira (22). Nessas duas noites, as chances de se ver rastros de luz no céu foram maiores.
Essa é a primeira chuva de meteoros a ocorrer depois da “seca” que se dá após a Quadrântidas, que tem máxima em 3 de janeiro. E é por encerrar esse período e também pelo fato de a chuva Quadrântidas praticamente não ser visível do Brasil que, para muitos, Líridas é considerada a primeira das grandes chuvas de meteoros do ano.
No entanto, como neste ano o pico do evento foi com a Lua quase cheia, as condições de observação não foram tão favoráveis, já que o céu estava muito iluminado.
Segundo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, a Líridas é a mais antiga chuva de meteoros conhecida, sendo relatada há mais de 2,7 mil anos pelos chineses.
Ela ocorre quando a Terra atravessa a nuvem de detritos deixada pelo Cometa C/1861 G1 – Thatcher. Para nós, brasileiros, ela não é uma chuva tão intensa. “Por aqui, teremos algo entre 7 e 15 meteoros por hora, mas apenas em locais escuros, afastados dos grandes centros urbanos. Ainda assim, é uma boa oportunidade para encerrar a ‘abstinência’ dos observadores de meteoros”.
Registros da chuva de meteoros são publicados na internet
Diversos registros do evento foram compartilhados nas redes sociais, como os que destacamos abaixo:
O que são meteoros
Um meteoro, popularmente conhecido como “estrela cadente”, nada mais é do que um fenômeno luminoso que ocorre quando um pequeno fragmento de rocha espacial atravessa nossa atmosfera em altíssima velocidade.
“Quando isso acontece, esse fragmento comprime e aquece muito rapidamente o gás atmosférico à sua frente, formando uma bolha de plasma (gás aquecido e ionizado) que brilha como uma lâmpada por um tempo muito curto, de uma fração de segundo a, no máximo, alguns poucos segundos”, explica Zurita.
Meteoros são fenômenos comuns e podem ser vistos com frequência em todas as noites. No entanto, em certas épocas do ano, a Terra atravessa uma área do céu que contém uma quantidade maior de detritos deixados por cometas ou asteroides. Quando isso ocorre, vários desses fragmentos atingem a atmosfera ao mesmo tempo, formando as chuvas de meteoros.
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Zurita explica que todos os meteoros de uma mesma chuva atingem a atmosfera paralelamente uns aos outros. “Isso porque seguem aproximadamente a mesma órbita do cometa ou asteroide que deu origem a eles”.
Entretanto, devido ao efeito de perspectiva, para um observador na Terra, esses meteoros parecem se originar de um mesmo ponto no céu, chamado de radiante. No caso da Líridas, esse radiante fica na Constelação da Lira – o que dá nome a essa chuva.
Como Lira é uma constelação da região norte do céu, Líridas é melhor observada nos países do Hemisfério Norte, onde deve apresentar até 18 meteoros por hora. “Aqui no Brasil, quanto mais ao norte está o observador, mais meteoros terá chance de ver”, explica Zurita.