Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin (EUA) desenvolveram uma nova e-skin, pele eletrônica elástica, a primeira sensível ao nível humano. Ou seja, ela poderá tornar robôs sensíveis ao toque, assim como nós.

Segundo o TechXplore, a tecnologia e-skin existente perde a precisão da detecção conforme se estica, diferente da nova versão, como explica Nanshu Lu, professora do Departamento de Engenharia Aeroespacial e Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia Cockrell, que liderou o projeto:

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Assim como a pele humana precisa se esticar e dobrar para acomodar nossos movimentos, o mesmo acontece com a pele eletrônica. Não importa o quanto nossa pele estique, a resposta à pressão não muda, e isso é uma conquista significativa.

Nanshu Lu, professora do Departamento de Engenharia Aeroespacial e Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia Cockrell, líder do projeto

No estudo, publicado na Matter, Lu entende que a e-skin extensível é componente crucial para uma mão robótica que tenha o mesmo nível de suavidade e sensibilidade ao toque que a mão humana possui.

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Tal tecnologia pode ser usada em cuidados médicos, com os robôs podendo verificar o pulso do paciente, limpar o corpo da pessoa ou massagear partes dele.

Isso é preciso, segundo o TechXplore, pois, mundialmente, vemos milhões de pessoas envelhecendo e precisando de cuidados, acida do que o sistema médico humano global consegue acompanhar.

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Nova e-skin promete ter semsibilidade idêntica à da pele humana (Imagem: 220 Selfmade studio/Shutterstock)

No futuro, se tivermos mais idosos do que cuidadores disponíveis, será uma crise mundial. Precisamos encontrar novas maneiras de cuidar das pessoas de maneira eficiente e gentil, e os robôs são peça importante desse quebra-cabeça.

Nanshu Lu, professora do Departamento de Engenharia Aeroespacial e Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia Cockrell, líder do projeto

Esses robôs com pele sensível também poderiam ser utilizados em desastres. Por exemplo, poderiam buscar pessoas feridas e presas em terremotos ou em prédios desabados, podendo ainda plicar cuidados médicos já no local.

Como funciona a pele eletrônica atual

  • A e-skin detecta a pressão do contato, permitindo que o sensor acoplado entenda quanta força usar, por exemplo, para agarrar um copo, ou tocar uma pessoa;
  • Quando o e-skin tradicional é esticado, ele também detecta tal deformação;
  • A leitura cria ruído adicional que distorce a capacidade dos sensores de detectar a pressão;
  • dessa forma, o robô pode usar força desnecessária para agarrar algo.

Nos testes da nova tecnologia, a elasticidade permitiu aos pesquisadores a criação de sondas e pinças infláveis capazes de mudar de formato para realizar diversas tarefas sensíveis baseadas no toque.

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A sonda inflada e envolvida na pele foi utilizada em seres humanos para catação de seu pulso e ondas de pulso com precisão. As garras conseguem segurar um copo confortavelmente sem o deixar cair, mesmo se uma moeda cair nele, por exemplo. Ele também pressionou uma casa crocante de taco e não a quebrou.

Os pesquisadores explicam que a força-motriz dessa e-skin incrível é um inovador sensor de pressão de resposta híbrida, no qual Lu e pares já trabalham há anos.

Apensar de as peles eletrônicas atuais serem capacitivas ou resistivas, a nova pele de resposta híbrida consegue entregar ambas as respostas à pressão exercida. Ao aperfeiçoar os sensores e combiná-los com materiais isolantes e outros eletrodos extensíveis, permitiu-se a criação dessa nova e-skin.

Lu e sua equipe, agora, trabalham nas aplicações potenciais da tecnologia. Eles atuam em colaboração com Roberto Martin-Martin, professor-assistente do Departamento de Ciência da Computação da Faculdade de Ciências Naturais, visando a construção de braço robótico equipado com a nova pele eletrônica.

Os responsáveis entraram com pedido de patente provisória para a nova tecnologia de e-skin, e Lu está disponível para firmar parcerias com empresas de robótica e trazer a novidade ao mercado.