O Ministério da Saúde anunciou que o Brasil irá ampliar o uso de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria wolbachia para reforçar o combate à dengue. Segundo a pasta, mais seis municípios devem receber, em julho, as primeiras solturas, sendo eles Uberlândia, Londrina, Foz do Iguaçu, Presidente Prudente, Joinville e Natal. 

O que você precisa saber: 

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  • O método Wolbachia consiste em inserir a bactéria em ovos do mosquito em laboratório e criar Aedes aegypti que portam o microrganismo; 
  • Infectados, eles não conseguem carregar os vírus que causam dengue, zika, chikungunya ou febre amarela e, quando se reproduzem, os mosquitos passam a bactéria para outros, fazendo com que menos insetos possam transmitir doenças para os seres humanos; 
  • Conforme divulgado pela Agência Brasil, o Brasil é o primeiro país a incorporar a tecnologia como política pública para reduzir os casos de dengue a médio e longo prazo. 

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Segundo Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, há uma série de critérios que precisam ser observados para o município receber essa estratégia, contudo, o método tem se mostrado bastante efetivo. 

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Onde se solta o mosquito, não se pode aplicar inseticida, porque o método se baseia na mudança de população, substituindo mosquitos que têm a wolbachia por aqueles que não têm. 

A cidade de Niterói, no estado do Rio, por exemplo, foi a primeira a receber o projeto na etapa de pesquisa, em 2014. Dados apontaram que a região teve redução de 69,4% dos casos de dengue, 56,3% nos de chikungunya e 37% nos de zika.  

Lá, o número de casos é bem inferior ao dos municípios vizinhos, mostrando que a médio e longo prazo a estratégia pode ser muito importante. 

Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em entrevista na terça-feira (30).

Outras cidades do país que estão utilizando o Método Wolbachia são o Rio de Janeiro, Campo Grande e Petrolina, em Pernambuco. Além do Brasil, Indonésia e mais três países participam da pesquisa em parceria com o World Mosquito Program. Entenda mais aqui sobre a estratégia!