Um avanço emocionante na física pode ter sido alcançado recentemente, com a possível descoberta das misteriosas “bolas de cola” em um experimento de acelerador de partículas. 

Essas “bolas de cola” são estados ligados de partículas de glúons subatômicas, sem quarks envolvidos, e sua confirmação poderia revolucionar a compreensão do funcionamento do Universo, segundo os físicos.

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Os glúons são partículas que desempenham um papel fundamental na estabilidade dos átomos, mantendo os quarks unidos para formar prótons e nêutrons. Essa interação é parte da força nuclear forte – uma das quatro forças fundamentais da natureza, juntamente com a gravidade, o eletromagnetismo e a força nuclear fraca. 

Os quarks são partículas elementares que ajudam a compor toda a matéria do Universo. Crédito: MichaelTaylor – Shutterstock

Até agora, as “bolas de cola” eram somente teorizadas, mas dados coletados no Colisor Electron-Positron II, do Instituto de Física de Altas Energias de Pequim (Ihep), na China, indicam fortemente sua real existência. 

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Colisor Electron-Positron II, do Instituto de Física de Altas Energias de Pequim, na China. Crédito: Ihep

Utilizando uma década de dados e cerca de 10 bilhões de amostras de partículas esmagadas no colisor, os pesquisadores identificaram evidências de partículas com a massa prevista para as “bolas de cola”, em torno de 2.395 MeV/c2.

A partícula em questão, chamada X(2370), exibe características consistentes com as teorias das “bolas de cola”, embora mais medições e observações sejam necessárias para uma confirmação definitiva. 

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Descoberta pode revolucionar a física de partículas

Essa descoberta, publicada este mês na revista Physical Review Letters, representa um marco significativo na validação do Modelo Padrão da física de partículas, que descreve as interações fundamentais entre as partículas elementares.

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A pesquisa foi possibilitada pelos avanços contínuos em técnicas matemáticas e capacidades computacionais, que permitiram aos cientistas analisar detalhadamente um grande volume de interações e evoluções de partículas. Os resultados destacam a importância da colaboração entre teoria, experimentação e tecnologia de ponta na exploração dos mistérios do mundo subatômico.

Embora não seja uma prova conclusiva, o acúmulo de evidências ao longo dos anos, incluindo observações anteriores em 2015, sugere que as “bolas de cola” podem estar emergindo como uma realidade fascinante na física de partículas. 

O entendimento dessas estruturas ligadas de glúons sem quarks não apenas aprofundaria nossa compreensão das forças fundamentais da natureza, como também abriria portas para novas descobertas e aplicações tecnológicas no futuro.