Os buracos negros foram conceituados em 1783, pelo filósofo natural inglês John Michell, que propôs a ideias de “estrelas escuras”. Ele imaginou estrelas cuja gravidade era tão forte que elas se colapsavam sobre si mesmas e nada, nem mesmo a luz, conseguia escapar.

Até recentemente, os buracos negros eram totalmente teóricos. Mas agora, eles se tornaram o centro das atenções por meio de detecções de ondas gravitacionais e da incrível primeira imagem de um buraco negro, capturada na galáxia M87. Então, o que aconteceria se nós caíssemos em um buraco negro?

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O que aconteceria se entrássemos em um buraco negro?

Primeira foto registrada do buraco negro localizado em nossa galáxia (Imagem: Event Horizon Telescope (EHT)/National Science Foundation/Handou)

Um buraco negro é uma região do espaço-tempo tão curvada pela gravidade que nada pode escapar de suas garras. Esses objetos, espalhados pelo universo, têm gravidade tão poderosa que podem destruir estrelas e planetas inteiros.

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Conforme mencionado, os cientistas teorizam sobre a existência de buracos negros desde o século XVIII. Entretanto, foi somente em 1964 que astrônomos encontraram fortes evidências de um buraco negro pela primeira vez.

Como a década de 1990 se desdobrou em diversas descobertas sobre buracos negros, logo ficou claro que vários tipos de buracos negros existem. O tipo mais comum seria o dos buracos negros estelares, como o Cygnus X-1, que se formam a partir da morte de estrelas gigantes. Esses buracos negros estelares supostamente existem aos milhões, até mesmo em nossa galáxia Via Láctea, mas são muito difíceis de encontrar.

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Assim, existe uma pergunta que intriga a ciência, embora não existam buracos negros ao alcance dos seres humanos:  o que aconteceria se nós chegássemos perto de um buraco negro?

E se a Terra caísse em um buraco negro?

(Imagem: NASA / Reprodução)

O que aconteceria conosco no caso de cairmos em um buraco negro dependeria exatamente do momento em que isso ocorresse, pois os interiores dos buracos negros evoluem com o tempo. Ainda assim, dentro de qualquer buraco negro há um ponto central, a singularidade, que tem gravidade infinita e onde a massa é comprimida em um ponto infinitamente pequeno. Nesse ponto, não há como sobreviver.

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À medida que a Terra de aproximasse da singularidade, as forças de maré, um efeito secundário da força da gravidade, seriam tão poderosas e imprevisíveis que não apenas nosso planeta seria despedaçado, mas também o espaço e o tempo – fragmentando completamente o conceito de passado e futuro. 

Se, no entanto, a Terra cair em um buraco negro muito tempo depois de sua formação, as coisas seriam um pouco diferentes. Se o buraco negro estiver girando, uma dobra no espaço-tempo se formará aproximadamente no meio do caminho entre o horizonte e a singularidade. Assim, o material que cai no buraco negro se acumularia e acabaria criando uma nova singularidade, que não seria tão violenta.

Assim, alguns cientistas acreditam que seria possível chegar à antiga singularidade sem ser despedaçado, talvez até seria possível atravessá-la. De qualquer maneira, quando a matéria cai no buraco negro, ainda não sabemos exatamente o que acontece.