Imagens de carros totalmente embaixo d’água se tornaram normais no Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Este é apenas um dos efeitos da maior tragédia climática da história do estado gaúcho, mas o prejuízo causado para o setor automotivo é gigantesco.

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Destino mais provável dos veículos é o leilão

Segundo um relatório divulgado pela consultoria Bright Consulting, milhares de carros foram destruídos pelas enchentes. Alguns deles até podem ser recuperados, mas ficarão “marcados”, e provavelmente irão a leilão.

Em entrevista ao UOL, o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv) e da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) do Rio Grande do Sul afirmou que todos, sem exceção, precisarão passar por uma limpeza profunda e extremamente detalhada.

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Pedimos ao Detran que haja um registro no documento do carro informando sobre o sinistro. Assim, esses carros não correm o risco de voltar ao mercado como veículos em perfeito estado.

Jefferson Fürstenau, presidente do Sincodiv e da Fenabrave do Rio Grande do Sul

Já em relação aos 0km em concessionárias, a perda pode ultrapassar a marca de mil veículos. De acordo com o relatório da consultoria Bright Consulting, de 5% a 10% de toda a frota de veículos no RS pode ter sido inutilizada.

Outro dado alarmante é que cerca de 300 concessionárias foram afetadas pelas inundações e não conseguiram tirar os carros a tempo de evitar danos maiores. Isso representa 42% das 720 unidades espalhadas pelo estado.

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O número de veículos perdidos é bastante elevado e o tempo necessário para reconstruir estradas e vias de acesso, além de recuperar os carros, deve ser de até dois anos. Já para repor os carros perdidos nas concessionárias, a previsão é de pelo menos 20 meses.

Visão aérea de enchente em cidade no Rio Grande do Sul
Visão aérea de enchente em cidade no Rio Grande do Sul (Imagem: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

  • De acordo com o mais recente balanço da Defesa Civil, são 163 mortes confirmadas pelas fortes chuvas e enchentes que atingem o estado gaúcho.
  • São 64 pessoas desaparecidas, mais de 581 mil desalojadas e aproximadamente 65 mil em abrigos.
  • A tragédia climática causou impactos severos em 469 dos 497 municípios gaúchos, afetando diretamente mais de dois milhões de pessoas.
  • O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.
  • Um dos pontos mais críticos em Porto Alegre é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que anunciou a suspensão de todas as operações até o final de agosto.
  • Na região Sul, a Lagoa dos Patos também inundou alguns municípios, caso de Rio Grande.
  • Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.
  • Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.