Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a antiga mancha solar AR3663 está voltando a aparecer para a Terra, agora sob o nome de AR3691. Outra região ativa que está para retornar às nossas vistas é a AR3664, aquela que é 15 vezes mais larga que o nosso planeta – que pode trazer com ela uma enxurrada de auroras.
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
- As explosões são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente;
- Como o Sol dá uma volta em seu próprio eixo a cada 27 dias, as manchas solares desaparecem de vista por determinado período, voltando em seguida a ser visíveis para a Terra.

Cerca de uma semana depois de disparar a – até então – tempestade solar mais poderosa dos últimos tempos (uma erupção de classe X8.7), a mancha solar agora denominada AR13664 girou junto com o Sol para o lado não visível pela Terra.
Isso, no entanto, não significa que tenha parado de produzir explosões solares. Em 20 de maio, essa região emitiu uma explosão solar classificada como X12, a mais forte desde setembro de 2017.
Auroras podem provocar shows de luzes em várias partes do planeta
Uma das consequências da colisão entre o material solar e a Terra é a perfuração da magnetosfera, fazendo as partículas carregadas interagirem com os átomos presentes na atmosfera e se dirigirem aos polos do planeta.
Quando isso acontece, formam-se auroras nos céus das latitudes mais extremas do globo (boreais, ao norte, e austrais, ao sul).

Tempestades solares extremas têm mais chances de produzirem tempestades geomagnéticas também potentes na Terra. Isso, além de causar problemas graves, como a interrupção de sinais de satélite, por exemplo, também pode fazer com que as auroras sejam vistas mais próximas do equador do que normalmente surgem.
Entre 10 e 12 de maio a Terra enfrentou uma tempestade geomagnética G4 (severa, em uma escala que vai de G1 a G5), sendo o evento mais significativo do tipo desde 2005. Na ocasião, os céus foram coloridos por auroras até o sul do México, em uma ocorrência ultrarrara.
Aquele episódio foi o resultado de pelo menos cinco tempestades solares que atingiram a Terra simultaneamente, todas originadas da antiga mancha AR3664 (e agora AR13664). A enxurrada de partículas carregadas colidiu com a magnetosfera da Terra, que as canalizou ao longo das linhas do campo magnético em direção aos polos, gerando auroras vibrantes ao longo do caminho.
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As consequências das tempestades solares chegaram algumas noites após a lua nova de maio, quando o céu noturno estava mais escuro – tornando até mesmo auroras fracas mais fáceis de ver.
Considerando o tempo de 27 dias de rotação do Sol, a previsão é que a mancha solar em questão se torne visível durante a lua nova de 6 de junho.
De acordo com o site LiveScience, quando essa mancha solar atingir o centro do Sol, de nossa perspectiva, o sistema Sol-Terra estará mais conectado. É quando nosso planeta tem maior probabilidade de ser afetado pelo clima solar, potencialmente resultando em outra exibição de auroras em baixas latitudes.
Como a lua nova de 6 de junho nasce exatamente 27 dias após 10 de maio, fica o alerta de auroras para algumas noites antes e depois dessa data – caso haja uma repetição da atividade geomagnética extrema do mês passado.
As manchas solares aparecem com maior frequência – e desencadeiam explosões solares mais poderosas – durante o pico do ciclo de atividade de 11 anos do Sol, conhecido como máximo solar.
Os cientistas suspeitam que o ciclo máximo atual pode já estar em andamento, atingindo-nos mais cedo e mais do que o estimado anteriormente. Não é possível determinar o tempo exato do máximo até que ele termine, e a atividade solar finalmente volte a se acalmar.