O cientista Joe Dituri, que bateu recorde mundial por ficar debaixo d’água por 100 dias, contou como foi sua experiência. A questão mais importante é que ele sofreu com alterações em sua saúde e corpo.

O experimento faz parte de estudo da University of South Florida (EUA), na qual Dituri é professor. Antes de submergir, durante o processo e quando retornou à terra firme, ele fez vários exames, incluindo psicossociais, de sangue, ultrassons e eletrocardiogramas, tudo para analisar as mudanças ocorridas no corpo do professor enquanto submerso.

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Professor Joe Dituri, durante seu confinamento embaixo d’água (Imagem: Reprodução/YouTube/University of South Florida)

O que aconteceu com o corpo do professor nos 100 dias debaixo d’água?

  • No estudo, ficou comprovado que Dituri perdeu dois centímetros de altura, dada a compressão promovida pela água;
  • Todavia, descobriu-se que o aumento da pressão pode permitir aumentar nossa longevidade e prevenir doenças relacionadas ao envelhecimento;
  • Algumas das principais mudanças no corpo do professor são:
    • Melhora no nível de colesterol;
    • Redução do cortisol (hormônio ligado ao estresse);
    • Qualidade do sono, com algo em torno de 60% do sono profundo.

Em comunicado da Universidade, o cientista disse que “sabia muito bem que a pressão hiperbárica poderia aumentar o fluxo sanguíneo cerebral e levantei a hipótese de que poderia ser usada para tratar lesões cerebrais traumáticas. Minha hipótese é que a aplicação dos mecanismos de ação conhecidos da medicina hiperbárica poderia ser usada para tratar amplo espectro de doenças”.

Já o espaço no qual o professor permaneceu confinado é uma cápsula subaquática chamada Jules Undersea Lodge, localizada em Florida Keys (EUA). Ele é o único hotel subaquático do mundo, sendo necessário mergulhar para entrar.

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Enquanto realizava a experiência, Dituri ensinou 40 jovens a mergulhar. Foram 24 horas de mergulhos e convivendo com o universo submarino. Veja, abaixo, mais sobre a cápsula:

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São oito metros a serem percorridos até chegar nela, sendo necessário fazer alguns ritos antes de entrar nela, como tomar banho de água doce. Não é permitido ao hóspede levar sal para dentro da cápsula, dado o risco de comprometimento dos equipamentos.

Durante os 100 dias de confinamento submerso, Dituri realizou outros experimentos envolvendo tecnologias, como o teste de uma ferramenta de inteligência artificial (IA) que examina doenças no corpo humano.

Além disso, ele ministrou, virtualmente, curso de engenharia biomédica da universidade, tendo sido 124 interações online, envolvendo mais de 5,5 mil alundos de 15 diferentes países.

Detalhe da cápsula na qual Dituri ficou confinado (Imagem: Reprodução/YouTube/University of South Florida)