“Missão Impossível” na vida real: nova película de visão noturna é para o dia a dia

Pesquisadores australianos criaram película leve e extrafina que pode ser aplicada em lentes de óculos comuns
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 07/06/2024 06h40, atualizada em 18/06/2024 21h16
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Parece até coisa de filme de espionagem, mas é vida real: pesquisadores australianos desenvolveram uma película especial que pode substituir óculos e outros dispositivos de visão noturna caros e volumosos. Ela pesa menos de um grama e é mais fina que filme plástico, podendo ser aplicada em lentes de óculos comuns.

Entenda:

  • Pesquisadores australianos desenvolveram uma película especial de visão noturna;
  • Ela pesa menos de um grama e é mais fina que filme plástico, podendo ser aplicada em lentes de óculos comuns;
  • A invenção pode substituir óculos e outros dispositivos de visão noturna caros e volumosos;
  • Em termos mais científicos e técnicos: uma metasuperfície ressonante de niobato de lítio (LiNbO3) atrai os fótons para o espectro de luz visível sem que precisem ser transformados em elétrons;
  • Traduzindo: o filme captura tanto luz visível quanto infravermelha, e dispensa o resfriamento criogênico usado para aumentar a nitidez de dispositivos tradicionais de visão noturna;
  • O estudo foi publicado na Advanced Materials.
Processamento tradicional de visão noturna. (Imagem: ARC Centre of Excellence for Transformative Meta-Optical Systems)

Tradicionalmente, a tecnologia de visão noturna envolve um sistema no qual os fótons de luz atravessam uma lente objetiva em um intensificador de imagem eletrônico. Na nova técnica publicada na Advanced Materials, porém, os fótons atravessam uma única metasuperfície ressonante de niobato de lítio (LiNbO3), e são misturados por um dispositivo de bombeio.

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Película de visão noturna converte infravermelho em luz visível

A metasuperfície aumenta a energia dos fótons, atraindo-os para o espectro de luz visível sem a necessidade de conversão em elétrons. A técnica também dispensa o resfriamento criogênico, usado para aumentar a nitidez das imagens em dispositivos tradicionais de visão noturna.

Película pode converter luz infravermelha em luz visível. (Imagem: ARC Centre of Excellence for Transformative Meta-Optical Systems)

O filme ainda consegue capturar tanto luz visível quanto infravermelha, como explica Laura Valencia Molina, autora principal do estudo, em comunicado. “As pessoas diziam que a conversão ascendente de alta eficiência do infravermelho para luz visível era impossível pela quantidade de informação não coletada com a perda angular inerente às metasuperfícies não locais. Superamos essas limitações e demonstramos a conversão ascendente de imagem de alta eficiência.”

“Esses resultados prometem oportunidades significativas para as indústrias de vigilância, navegação autônoma e imagens biológicas, entre outras”, disse Dragomir Neshev, pesquisador-chefe. “Diminuir o tamanho, o peso e os requisitos de energia da tecnologia de visão noturna é um exemplo de como a meta-óptica e o trabalho que estamos realizando é crucial para a Indústria 4.0 e para a futura miniaturização extrema da tecnologia.”

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.