Você tem gastrite? Pílula inteligente funciona como um GPS no seu estômago

Pesquisadores da Califórnia criaram uma pílula rastreável que pode detectar gases estomacais relacionados a diferentes doenças
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 18/06/2024 02h05, atualizada em 19/06/2024 21h02
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Pesquisadores da Escola de Engenharia Viterbi, localizada na Universidade do Sul da Califórnia (USC Viterbi), desenvolveram uma pílula inteligente que pode ser rastreada em tempo real no trato gastrointestinal e é capaz de detectar gases estomacais relacionados à gastrite e ao câncer de estômago.

Entenda:

  • Pesquisadores criaram uma pílula inteligente que pode ser rastreada em tempo real no trato gastrointestinal;
  • O dispositivo também é capaz de detectar gases estomacais relacionados à gastrite e ao câncer de estômago;
  • A pílula conta com um sistema vestível – que consiste em uma rede neural treinada e uma ‘camiseta’ com bobina que gera um campo magnético – para monitoramento de precisão;
  • As pílulas também contam com uma “membrana de detecção óptica” que funciona em contato com o gás amoníaco;
  • Os próximos testes serão voltados para aplicar a pílula ao monitoramento da saúde do cérebro através do eixo intestino-cérebro;
  • O estudo foi publicado na revista Cell Reports Physical Science.
câncer de estômago
Pílula inteligente pode ajudar a detectar câncer de estômago. (Imagem: PopTika/shutterstock)

Descrita pela equipe como uma espécie de “Fitbit para o intestino”, a pílula conta com um sistema vestível de monitoramento de precisão – que consiste em uma rede neural treinada e uma ‘camiseta’ com bobina que gera um campo magnético. O estudo foi publicado na revista Cell Reports Physical Science.

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Pílula inteligente também pode ajudar a monitorar o cérebro

Além do sistema de localização, as pílulas também contam com uma “membrana de detecção óptica seletiva para gases”, composta por materiais que, em contato com amônia, apresentam alterações nos elétrons. O gás é produzido pela bactéria intestinal H. pylori – que, quando encontrada em níveis elevados no organismo, pode apontar quadros como úlcera péptica, câncer de estômago ou síndrome do intestino irritável.

Novas pílulas podem ajudar a monitorar a saúde do cérebro. (Imagem: nito/Shutterstock)

A pílula foi testada em diversas situações, incluindo ambientes líquidos e simulando um intestino bovino. Em breve, a equipe deve começar a testar o dispositivo em modelos suínos. “O sistema é compacto e prático, oferecendo um caminho claro para aplicação na saúde humana ”, diz Yasser Khan, professor-assistente de Engenharia Elétrica e Computação na USC Viterbi.

A equipe ainda explica que a pílula pode, no futuro, ajudar a monitorar a saúde do cérebro através do eixo intestino-cérebro. Como explica Khan, os neurotransmissores residem no intestino e “a forma como são regulados positiva e negativamente tem uma correlação com doenças neurodegenerativas”. Os próximos passos da pesquisa serão voltados à detecção de neurotransmissores relacionados ao Parkinson e Alzheimer.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.