Cápsula Starliner (Imagem: NASA)
A Boeing teve várias dificuldades, mas conseguiu enviar dois astronautas da NASA ao Espaço. Agora, trazê-los de volta será igualmente complicado.
Problemas com vazamentos e propulsores surgiram após o Starliner ter sido lançado este mês com os astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams a bordo.
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Na terça-feira (18), funcionários de Boeing e Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço que os astronautas voltarão em 26 de junho, resultando em novo adiamento que fará com que eles permaneçam no Espaço cerca de 20 dias – originalmente, ficariam apenas oito.
“Estamos dedicando um pouco mais de tempo para trabalhar no que vimos e garantir que temos todos os planos em vigor para trazer a tripulação para casa”, informou Steve Stich, gerente de programa da NASA, na terça-feira (18).
Anteriormente, já houve outras estadias prolongadas na ISS além do esperado. Como lembra o WSJ, em setembro passado, o astronauta Frank Rubio voltou à Terra após mais de um ano na Estação, tempo recorde para um estadunidense.
A demora se deu porque um micrometeorito abriu um buraco no veículo que o levaria de volta, fabricado pela Rússia. Rubio precisou esperar que os russos enviassem outra nave para buscá-lo.
Segundo Stitch, a Starliner pode transportar membros da tripulação de volta à Terra em casos de emergência. Ele indicou, ainda, que as equipes de NASA e Boeing visam estudar a nave e seus desafios técnicos, o quanto antes, durante sua permanência na ISS.
O novo atraso da Starliner é mais um revés para a Boeing, que já queria levar um astronauta ao Espaço há alguns anos. A empresa tem contrato com a NASA para a realização de mais seis voos tripulados para a ISS, uma vez que consiga certificação da agência espacial para seu veículo.
Uma grande concorrente da Boeing é a SpaceX, de Elon Musk. A companhia transporta cargas para a ISS sob contrato com a NASA e levou seu primeiro astronauta ao Espaço em 2020.
Mike Leinbach, ex-diretor de lançamento do ônibus espacial no Centro Espacial Kennedy da NASA e que não está envolvido na missão, afirmou que os gerentes da missão não deixarão a Starliner retornar caso ela represente risco aos astronautas.
Este aqui tem mais alguns problemas do que eu esperava. Esperávamos um voo limpo, mas não conseguimos e estamos lidando com isso. Eles vão descobrir isso.
Mike Leinbach, ex-diretor de lançamento do ônibus espacial no Centro Espacial Kennedy da NASA e que não está envolvido na missão, ao The Wall Street Journal
O voo tripulado da Starliner conseguiu realizar 77 dos 87 testes estipulados, segundo Mark Nappi, vice-presidente da Boeing e supervisor do programa Starliner.
A Starliner precisa de cerca de sete horas de hélio a bordo para concluir o voo e, atualmente, tem cerca de 70 horas restantes.
Quando a Starliner se encontrou com a ISS, cinco de seus propulsores falharam, mas quatro deles voltaram a funcionar. Stitch afirmou que um propulsor será desligado no restante da missão.
Esta post foi modificado pela última vez em 19 de junho de 2024 20:58