O segredo dos cristais revelado por cientistas

Um grupo de cientistas desenvolveu uma técnica chamada “Crystal Clear” que permite ver dentro de cristais. O método inovador permite que cristais sejam investigados de forma nunca feita.

• A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade Nova York (NYU) e publicada na revista Nature Materials;
• Durante o estudo foi utilizado partículas transparentes, microscópios e lasers para criar modelos 3D dos cristais;
• Esses modelos permitirão investigar pequenos defeitos nos padrões “perfeitos” formados pelas ligações.

Como funciona o método para ver criais?

Os cristais são formações onde átomos se agrupam formando um padrão repetitivo. No entanto, podem existir defeitos devido à falta de uma partícula, ou uma ligação fora do lugar. A forma como esses átomos se ligam e os defeitos são os responsáveis pelas propriedades dos cristais.

Como os átomos são muito pequenos, geralmente para o estudo de cristais os cientistas utilizam os formados por pequenas esferas, conhecidas como partículas coloidais. Essas partículas possuem cerca de um micrômetro de tamanho, o que apesar de serem muito pequenas, ainda são muito maiores que o átomo, o suficiente para serem mais fáceis de observá-las.

• As partículas coloidais usadas no estudo eram transparentes e coloridas com corante para que fossem identificadas;
• Usando um laser para deixá-las fluorescentes, os pesquisadores puderam ver cada plano 2D de um cristal;
• A partir dessas camadas empilhadas foi possível criar um modelo 3D digital, que mostra a posição de cada partícula e que permite ser girado, cortado e desmontado.

No estudo, o Crystal Clear foi utilizado para investigar duplas de cristas do mesmo tipo que se formam juntos, em um processo de geminação. A investigação mostrou onde os dois cristais se juntavam e que o processo acontece a nível molecular.

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Os cientistas esperam compreender melhor os cristais

O estudo também permitiu que os pesquisadores vejam como os cristais mudam. Durante um experimento, um cristal de cloreto de césio foi derretido e percebeu-se que os defeitos continuavam do mesmo jeito, sem se mover como era esperado, o que foi comprovado com simulações de computador.

De certa forma, estamos tentando colocar nossas próprias simulações fora do mercado com este experimento. Se você puder ver o interior do cristal, talvez não precise mais de simulações.

Glen Hocky, coautor da pesquisa, em comunicado

Os pesquisadores esperam que com a pesquisa eles possam entender melhor a formação e a história química dos cristais, assim como ajudar a otimizar o processo de produção deles.