Originalmente, os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams, membros da primeira missão tripulada da Boeing Starliner à Estação Espacial Internacional (ISS), retornariam à Terra por volta de 12 de junho, uma semana após o lançamento. No entanto, essa volta para casa parece inalcançável – até agora, já foram três adiamentos.

O mais recente foi anunciado na última sexta-feira (21), por meio de um comunicado da NASA. Até então, o pouso era esperado para esta quarta-feira (26). Depois, foi remarcado temporariamente para 2 de julho. No entanto, ao que tudo indica, a dupla ainda não tem uma data definida para se despedir do laboratório orbital.

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Vamos relembrar o lançamento da missão CFT Starliner:

  • O Teste de Voo Tripulado da Starliner – ou CFT, na sigla em inglês – foi lançado no dia 5 de junho, no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida;
  • Isso aconteceu após uma série de adiamentos;
  • A última suspensão foi em razão de um vazamento de hélio na cápsula;
  • O problema não foi entendido como tão grave, e a espaçonave decolou rumo à ISS;
  • No trajeto, mais vazamentos de hélio foram identificados;
  • A acoplagem também apresentou problema: uma anomalia fez cinco dos 28 propulsores do módulo falharem em seu funcionamento, atrasando a ancoragem em mais de uma hora;
  • Testes adicionais na espaçonave se fazem necessários, justificando o adiamento do retorno para a Terra.
Lançamento da cápsula Boeing Starliner em 5 de junho de 2024. Crédito: NASA

Quem são os astronautas da Starliner confinados na ISS

Barry Wilmore:

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  • Casado com Deanna Newport e pai de duas filhas, Barry Wilmore tem 61 anos e é capitão aposentado da Marinha dos EUA;
  • O astronauta da NASA já passou 178 dias no espaço no total;
  • Como piloto, ele tem oito mil horas de voo e 663 pousos em porta-aviões no currículo;
  • Já participou de missões militares no Iraque e na Bósnia;
  • A missão Boeing Starliner é a terceira viagem de Wilmore à ISS;
  • Durante a Expedição 41, entre setembro e novembro de 2014, ele foi responsável por analisar a composição de meteoros e as alterações musculares e ósseas causadas pelo espaço;
  • Na ocasião, passou 167 dias em órbita e fez quatro caminhadas espaciais.
Barry “Butch” Wilmore e Sunita “Suni” Williams são os astronautas do primeiro voo tripulado da Starliner. Crédito: NASA

Suni Williams:

  • Casada com Michael J. Williams, Sunita Williams tem 58 anos e é astronauta da NASA desde 1998, com participação em duas missões espaciais;
  • É a segunda astronauta do sexo feminino com maior tempo de atividade extraveicular (EVA) na estação: 50 horas e 40 minutos;
  • Ela já passou mais de três mil horas voando, em 30 aeronaves diferentes;
  • Em 1989, foi promovida a aviadora naval e passou a se reportar ao Esquadrão de Combate de Helicópteros nos EUA, participando de missões no Mediterrâneo, no Mar Vermelho e no Golfo Pérsico;
  • Em setembro de 1992, fez parte de uma operação de socorro às vítimas do Furacão Andrew, em Miami, na Flórida.

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Retorno da nave depende da segurança em primeiro lugar

A principal preocupação da NASA é garantir a segurança dos astronautas. A situação destaca a importância da Starliner para o futuro da Boeing no espaço – e tanto a empresa quanto a agência espacial se mostram empenhadas em resolver os problemas técnicos. 

A Boeing precisa demonstrar que é capaz de levar astronautas em segurança e superar os desafios técnicos, o que também é crucial para sua divisão de aviação comercial.

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Após a conclusão da missão, a NASA e a Boeing passarão por um rigoroso processo de certificação para que a Starliner possa realizar missões regulares de transporte de tripulação. Somente após essa certificação a espaçonave poderá ser colega de trabalho da cápsula Dragon, da SpaceX, que já realiza missões para a NASA desde 2020. A Boeing tem um contrato de US$4,2 bilhões com a agência, firmado há uma década, que depende do sucesso da Starliner.