Há alguns anos, Flávio Figueiredo criou a Lecar, que tinha objetivo ambicioso: ser a dona do primeiro veículo elétrico 100% do Brasil. Chegou até a “ameaçar” tirar a fábrica da Ford da BYD. O sonho, que foi adiado diversas vezes, naufragou de vez.

Isso porque, nesta semana, a empresa divulgou comunicado oficial, afirmando que o Lecar 459 não será mais produzido. Ao menos, não como um veículo totalmente elétrico.

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A montadora disse que vai focar na fabricação de veículos híbridos e com motor a combustão movido a etanol. Além disso, a nomenclatura 459 será mesmo mantida. Pelo menos, em tese.

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Flávio Figueiredo, CEO da Lecar, ao lado da maquete do 459 (Imagem: Reprodução)

Afinal, Lecar 459 vai mesmo sair?

  • Em abril, a montadora brasileira havia anunciado ter recebido a conhecida placa verde, utilizada em protótipos em teste nas ruas brasileiras;
  • Só que nunca nenhuma foto do modelo sendo testado foi divulgada ou vazada, o que é de se estranhar, visto que a Lecar queria lançar o 459 ainda em 2024;
  • Todavia, os testes parecem ter acontecido sim e até teriam mudado a visão da companhia;
  • Isso porque Figueiredo, o “Elon Musk brasileiro”, afirmou o seguinte:

Chegamos à conclusão de que o carro híbrido é mais vantajoso para a sociedade (…) em diversos quesitos, o que nos fez redirecionar nosso posicionamento e os planos para o mercado.

Flávio Figueiredo, CEO e fundador da Lecar, em comunicado

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Para explicar sua mudança de posicionamento, a Lecar aponta que “o conceito do carro elétrico é o mesmo desde 1890: uma bateria recarregável que alimenta um motor elétrico”, indo na contramão de várias marcas, como a BYD, que demonstram que os elétricos estão na moda e podem ser o futuro. A Lecar, por sua vez, afirma o oposto: que baterias e motores elétricos estão chegando no limite de suas tecnologias.

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Isso demonstra outra contrariedade no ponto de vista da empresa de até dois meses atrás: em publicação realizada naquela época, a companhia afirma que “avanços tecnológicos nas baterias estão revolucionando o setor de carros elétricos, marcando uma era de eficiência e sustentabilidade”.

E ela fez outra análise/crítica aos elétricos: “Há forte tendência de que [carros elétricos] se tornem recurso transitório na sociedade”. Afinal, o que será que mudou de dois meses para cá para a brasileira mudar de opinião?

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Afinal, vale lembrar que são diversas as montadoras elétricas (chinesas) que estão planejando investir no Brasil, e estão chegando forte por aqui. A mais recente do time é a GAC, que vai investir bilhões por aqui.

Ainda não temos nada além de uma maquete e renderizações do 459 (Imagem: Reprodução/Lecar)

Quando teremos mais informações sobre o Lecar 459?

No comunicado, a montadora finaliza ao indicar que mais detalhes sobre o (agora) híbrido, bem como sua data de lançamento, serão divulgados “em breve”, mas já se sabe que ele será elétrico com extensor de alcance (REEV, na sigla em inglês), com motor “flex a etanol” (sic), gerando eletricidade que alimenta o motor elétrico diretamente e rendendo mais de 30 km/l de álcool.

Caso o motor elétrico anteriormente anunciado seja mantido, o 459 deve ir de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos.