Energia elétrica em risco? Ondas de calor devem causar apagões nos EUA

Com aumento no consumo durante ondas de calor, energia elétrica pode não ser suficiente para abastecer casas nos EUA
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Gabriel Sérvio 04/07/2024 06h00, atualizada em 04/07/2024 21h00
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As ondas de calor foram comuns no hemisfério Sul durante o final do ano passado e o primeiro semestre deste ano. Agora, elas chegaram no hemisfério norte, junto do verão, e os Estados Unidos devem ser um dos países a sofrer com isso. Algumas regiões por lá enfrentam a possível escassez de energia elétrica devido ao aumento do consumo e até apagões.

Segundo o site Cnet, a perspectiva da situação energética dos Estados Unidos é melhor do que no ano passado, quando a confiabilidade da oferta de energia foi muito baixa frente a uma demanda muito alta, como deve se repetir neste ano. Apesar disso, algumas áreas ainda podem ficar sem abastecimento.

Ilustração mostra regiões sob risco de apagões e falta de energia elétrica nos EUA, em laranja (Imagem: North American Electric Reliability Corporation/Reprodução)

Apagões e falta de energia elétrica devem acontecer entre ondas de calor

Imagine estar passando por uma onda de calor e não poder ligar o ventilador ou ar condicionado. Ou sequer trabalhar de casa, como se tornou comum para muitos brasileiros. Isso pode acontecer nos Estados Unidos.

Com o aumento da demanda, a rede energética por lá pode não dar conta do abastecimento. Foi isso que apontou um relatório da North American Electric Reliability Corporation, chamando atenção para o risco de falta de energia elétrica e apagões em algumas regiões do país.

Segundo o documento, grande parte do Centro-Oeste, Nova Inglaterra e a região da Califórnia à Louisiana estão em risco durante os picos de demanda por energia. A Colúmbia Britânica e Saskatchewan, no Canadá, também têm um risco maior.

Leia mais:

Fontes de energia renovável são um alívio nas ondas de calor

  • Para se ter uma dimensão do problema nos EUA, em 2022, o ano com dados mais recentes disponíveis, o domicílio americano médio ficou sem eletricidade por cinco horas e meia;
  • O relatório, no entanto, apontou uma melhora em relação ao verão anterior, com menos áreas em risco de apagões ou problemas de abastecimento;
  • Isso se deve à adição de fontes de energia renovável, como solar e eólica, que já atendem a demanda de algumas regiões dos EUA e aliviam a pressão sobre a energia elétrica durante as ondas de calor;
  • Os recursos de bateria em escala também ajudam a aumentar a reserva energética, a ser usada nas horas de pico de demanda.
energia eólica e solar
Apesar de aliviar demanda da energia elétrica, fontes renováveis não dão conta do abastecimento dos EUA (Imagem: bombermoon / Shutterstock.com)

Energia elétrica continua sob risco nos EUA

Mesmo com a melhora em relação ao verão do ano passado, a rede elétrica dos Estados Unidos continua em risco, sem conseguir dar conta do abastecimento em situações de alta demanda (como as ondas de calor e o aumento no consumo). Com as expectativas de que 2024 seja o ano mais quente depois de 2023, a preocupação aumenta.

Conforme o site, um dos motivos para a falta de confiabilidade é a aposentadoria de geradores movidos a gás natural na Nova Inglaterra, que contribuíam com a geração.

Além disso, a produção solar e eólica, apesar de aliviar os sistemas elétricos, ainda é insuficiente durante os horários de pico de consumo. Regiões como Texas, Califórnia e os estados do Sudoeste e Centro-continental podem ter problemas de confiabilidade, levando aos apagões.

Para piorar a situação, as ondas de calor dificultam a transmissão de energia de localidades mais remotas.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.