Alemanha cita espionagem e toma medida drástica contra empresa chinesa

Governo alemão citou perigos de espionagem e disse ser necessário reduzir os riscos de segurança envolvidos na rede 5G
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 12/07/2024 11h47
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Imagem: SkazovD/Shutterstock
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O governo da Alemanha quer proibir gradualmente o uso de componentes fabricados pelas chinesas Huawei e ZTE na rede 5G do país. Segundo as autoridades alemãs, até o final de 2029, linhas de transmissão e torres devem estar livres de equipamentos das empresas.

Alemanha afirmou que busca fabricantes confiáveis para a rede de 5G do país (Imagem: Shutterstock/Alexander Supertramp)

Huawei é acusada de promover espionagem para a China

  • As operadoras de rede móvel, incluindo Vodafone, Deutsche Telekom e Telefonica, ainda deverão remover quaisquer componentes de suas redes de 5G que estejam conectadas à Internet e operem como centros de controle.
  • Isso deve acontecer ainda antes, até o final de 2026.
  • Segundo o governo da Alemanha, a medida serve para proteger os “sistemas nervosos” centrais da Alemanha como local de negócios, além da comunicação dos cidadãos, das empresas e do Estado.
  • As autoridades do país ainda destacam que é necessário “reduzir os riscos de segurança e, ao contrário do que acontecia no passado, evitar dependências unilaterais”.
  • E ressaltam a importância de contar com fabricantes confiáveis para uma “infraestrutura de telecomunicações segura e resiliente”, considerando os “perigos de sabotagem e espionagem”.
  • As informações são do The Wall Street Journal.

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Huawei já enfrenta problemas em outros países. Imagem: Cineberg/Shutterstock

Piora das relações entre Alemanha e China

As medidas anunciadas pelo governo alemão desagradaram Pequim e foram tomadas após pressão de outros países do Ocidente e aliados. Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Japão já proibiram que a Huawei faça parte das redes 5G destas nações por temores de que Pequim pudesse usar empresas chinesas para espionagem.

As companhias ainda não se manifestaram oficialmente, mas um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que “transformar questões econômicas, comerciais e tecnológicas em política só vai atrapalhar as trocas tecnológicas normais”.

Lembrando que a China é o maior parceiro comercial da Alemanha, mas esta relação está abalada. Na semana passada, Berlim bloqueou a venda de uma subsidiária da Volkswagen para uma empresa estatal chinesa por motivos de segurança nacional. Os chineses também estão envolvidos em uma disputa comercial com a União Europeia, que aumentou as tarifas sobre os carros elétricos chineses no mês passado.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.