Desde tempos antigos, o desejo de prolongar a vida tem levado a humanidade a explorar todos os cantos do conhecimento em busca do segredo da longevidade. Uma possível resposta para este mistério pode estar em um dos animais com maior expectativa de vida do mundo: o tubarão-da-groenlândia.

Esta espécie, que pode alcançar os 7 metros de comprimento e pesar 1,5 toneladas, habita os oceanos Ártico e Atlântico Norte e vive até os 400 anos, alimentando-se de salmões, enguias, focas e ocasionalmente ursos polares.

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A ciência ainda não tem uma explicação concreta de como essa espécie pode viver tanto tempo. No entanto, um novo estudo nos aproxima mais de entender e desvendar o segredo desses animais, que talvez possa ajudar a prolongar a expectativa de vida humana.

O tubarão-da-groenlândia pode viver por até 400 anos – Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock

Detalhes sobre as descobertas da pesquisa foram apresentados durante a Conferência Anual da Sociedade de Biologia Experimental e divulgados pelo Business Insider.

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Por que os tubarões-da-groenlândia vivem tanto?

  • No recente estudo, cientistas analisaram enzimas metabólicas em tecido muscular preservado de tubarões-da-groenlândia de até 200 anos de idade.
  • Esperava-se que, à medida que um ser vivo envelhece, essas enzimas comecem a falhar ou degradar-se, levando a uma queda na atividade.
  • No entanto, isso não foi observado no tubarão mais velho do mundo, pois não houve variação significativa na atividade enzimática detectada nele.
  • Ou seja, a taxa metabólica desses animais parece não diminuir com a idade, ao contrário da maioria dos animais.
  • Os humanos, por exemplo, tendem a ter metabolismo mais lento ao longo dos anos, ganhando peso como consequência.
  • Apesar de ainda não explicar totalmente por que os tubarões-da-groenlândia vivem tanto, essa é uma pista importante.
A espécie é considerada ‘Quase Ameaçada’ de extinção devido às mudanças climáticas – Imagem: Devanshi Kasana

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Novas investigações e impacto ambiental

A pesquisa sobre o envelhecimento dos tubarões-da-groenlândia ainda está em estágio inicial e distante de aplicação direta aos humanos. No entanto, o futuro das investigações pode oferecer algumas respostas concretas.

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Ewan Camplisson, um dos pesquisadores do estudo, destaca a complexidade do processo de envelhecimento, que envolve não apenas mudanças metabólicas, mas também erros genéticos, instabilidade de proteínas e outros aspectos. Ele sugere que os tubarões podem revelar informações valiosas nessas áreas de estudo e pretende continuar investigando as enzimas metabólicas.

Apesar de viverem por séculos, os tubarões-da-groenlândia enfrentam desafios de sobrevivência devido às rápidas mudanças ambientais. Considerados “Quase Ameaçados” pela União Mundial para a Conservação da Natureza, esses predadores podem não conseguir se adaptar suficientemente rápido às mudanças climáticas, poluição marinha e outras pressões ambientais, alerta Camplisson.