O Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre oropouche na Bahia. De acordo com a pasta, são as primeiras vítimas da doença em todo o mundo – até o momento, não havia nenhum relato do tipo na literatura científica.

Os casos foram registrados em duas mulheres jovens e sem comorbidades, ou seja, sem doenças pré-existentes que pudessem piorar o quadro de saúde. A primeira delas tinha 24 anos e morava na cidade de Valença. A outra tinha 22 e vivia em Camamu.

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Uma terceira morte segue em investigação em Santa Catarina. A distância entre as regiões causa certa preocupação nas autoridades. Não há motivo, porém, para pânico. O foco agora é informar a população.

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O aumento de casos e as primeiras mortes podem ter relação também com o maior número de testes feitos. Segundo o Ministério da Saúde, a detecção de casos foi ampliada para todo o país em 2023, quando o governo federal passou a disponibilizar exames para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).

Os episódios que até então se concentravam na região Norte do país, passaram a ser registrados em outros locais. Neste ano, por exemplo, já foram contabilizados 7.236 casos de oropouche, em 20 estados brasileiros. A maior parte deles ocorreu no Amazonas e Rondônia. E agora há essa preocupação nas áreas sul e leste da Bahia.

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Conheça o vírus Oropouche, que causa doença com sintomas parecidos com a dengue
Autoridades conhecem o vírus que causa a febre oropouche desde a década de 1960 – Imagem: qimono/Pixabay

Quais os sintomas da doença?

  • As duas vítimas apresentaram sintomas parecidos com os da dengue.
  • Sentiram febre, dor de cabeça, dor nos olhos, nos músculos e no abdômen, além de diarreia, náuseas e vômitos.
  • Em uma delas também apareceram manchas vermelhas e roxas pelo corpo – e sangramento nasal e na gengiva.
  • Elas morreram em menos de 5 dias após o aparecimento desses primeiros sintomas.
  • Isso, no entanto, é raro de acontecer.
  • Normalmente, o paciente trata os sintomas, que passam entre dois e sete dias, e não fica com nenhuma sequela.
  • Os casos graves, porém, devem passar por monitoramento de uma equipe médica.
  • A febre oropouche é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense.
  • E, assim como a dengue, é transmitida por um mosquito: o Culicoides paraenses.
  • Dependendo da região do país, esse inseto recebe o nome popular de maruim ou de mosquito-pólvora – ou ainda mosquito de mangue.
  • A forma de transmissão se assemelha à dengue também.
  • O vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias após picar uma pessoa ou animal infectado.
  • Se esse mosquito pica uma outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus para ela.
A recomendação é: se sentir os sintomas, procure um médico – Imagem: Korawat photo shoot/Shutterstock

Trata-se de uma doença nova?

Não, a febre oropouche já é conhecida há algumas décadas. Cientistas isolaram o vírus pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir da amostra de sangue de um bicho-preguiça. O animal foi capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

De lá para cá, as autoridades registraram alguns casos isolados ou pequenos surtos, principalmente nos estados da região amazônica.

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Também já houve relatos de episódios em outros países da América Central e da América do Sul, como Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela.

Falando em bicho-preguiça, ele está entre os principais hospedeiros desse vírus. Algumas espécies de macacos também carregam o organismo. Estamos falando, portanto, de uma zoonose, ou seja, de uma doença que passa de um animal para uma pessoa.

Para mais informações sobre a febre oropouche, você pode acessar o site do Ministério da Saúde. Se apresentar os sintomas, a recomendação é que procure um médico.