O Governo Federal lançou, nesta quarta-feira (7), o projeto-piloto do “Defesa Civil Alerta”, um inovador sistema de alertas de desastres no Brasil. O sistema foi desenvolvido em parceria entre os ministérios das Comunicações (MCom) e da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), além da Anatel e quatro grandes operadoras de telefonia.

O funcionamento do sistema envolve o uso da rede de telefonia celular para enviar alertas sonoros e vibratórios que se sobressaem a qualquer conteúdo na tela, mesmo em celulares no modo silencioso.

publicidade

A partir do dia 10 de agosto, o sistema será testado por 30 dias em 11 municípios:

  • Roca Sales (RS)
  • Muçum (RS)
  • Blumenau (SC)
  • Gaspar (SC)
  • Morretes (PR)
  • União da Vitória (PR)
  • São Sebastião (SP)
  • Cachoeiro do Itapemirim (ES)
  • Indianópolis (MG)
  • Petrópolis (RJ)
  • Angra dos Reis (RJ)

Após o período de testes, o sistema será expandido gradativamente para todo o país.

publicidade

A gente está aqui anunciando o início dos testes que acontecerão durante um mês. Depois a gente vai poder anunciar a implementação do sistema em todo o País, que será gradativo. É um sistema moderno, ágil. Devemos nos valer de todas as possibilidades de preparar as pessoas para lidar com a situação de risco, seja físico ou patrimonial.

Waldez Góes, Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional

Detalhes da tecnologia do Defesa Civil Alerta

O “Defesa Civil Alerta” complementa outras ferramentas de alertas de emergência já utilizadas no Brasil, como SMS, TV por assinatura, WhatsApp, Telegram e Google Public Alerts.

Utilizando o Sistema de Transmissão Via Telefonia Celular, conhecido internacionalmente como alerta de emergência sem fio, o novo sistema envia mensagens de texto para os celulares em áreas de risco de desastres naturais, como alagamentos, enxurradas, enchentes, deslizamentos de terra e vendavais, além de desastres causados pelo homem.

publicidade

O diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, Armin Braun, explicou os cinco eixos da Defesa Civil: prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação. O “Defesa Civil Alerta” está inserido no eixo de preparação, que envolve a criação de sistemas de alerta e alarme para evitar a perda de vidas e minimizar danos econômicos, ambientais e sociais.

Funcionamento do sistema

A população não precisará realizar nenhum tipo de cadastro. Os alertas são emitidos em tempo real pelas Defesas Civis competentes dos municípios e estados para todos os celulares conectados à rede móvel 4G ou 5G.

publicidade

As mensagens de alerta aparecerão sobrepostas ao conteúdo que estiver sendo acessado no celular, e, dependendo da gravidade, será emitido um sinal sonoro similar a uma sirene.

alerta do sistema defesa civil alerta
O novo sistema emitirá mensagens de alerta em smartphones. (Imagem: Defesa Civil)

A conselheira da Anatel, Cristiana Camarate, destacou que a implementação do sistema foi possível graças à parceria entre Anatel, Cenad, ministérios e operadoras de telefonia (Claro, TIM, VIVO e Algar Telecom).

A tecnologia segue os melhores padrões internacionais, como os utilizados nos Estados Unidos e Japão, e visa garantir agilidade em momentos cruciais de desastres, onde a rapidez do comunicado pode significar a diferença entre a vida e a morte.

Leia mais:

Impacto e exportação da tecnologia

O ministro Paulo Pimenta destacou a possibilidade de exportação da tecnologia para outros países da América do Sul e América Latina, que também enfrentam realidades similares de desastres naturais.

O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Hermano Tercius, reforçou a importância da inovação para a segurança da população, mencionando que a rapidez na comunicação de desastres é crucial.

Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDC)

O novo sistema será acompanhado do primeiro Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDC), que estabelecerá orientações e estratégias de atuação da Defesa Civil até o ano de 2040. Este plano será entregue à sociedade brasileira antes da reunião da cúpula do G20 pelo presidente Lula.

Sistema poderá ser usado em desastres como o que aconteceu no Rio Grande do Sul. (Imagem: Cid Guedes/Shutterstock.com)