O X (antigo Twitter) entrou com uma ação antitruste contra a Global Alliance for Responsible Media (GARM) e a World Federation of Advertisers na terça-feira (06). A CEO Linda Yaccarino acusou as organizações – vinculadas a anunciantes – de participarem de boicote. E o dono da empresa, Elon Musk, disse que “é guerra”.

Em vídeo, postado no X, a CEO diz que o boicote é ilegal. Para embasar, cita um relatório do Comitê Judiciário da Câmara dos EUA. O documento sugere que grandes corporações, agências de publicidade e associações da indústria participaram de ações coordenadas para desmonetizar plataformas e veículos de comunicação.

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Já a fala de Musk teve tom mais agressivo. “Tentamos ser gentis por dois anos e não obtivemos nada além de palavras vazias. Agora, é guerra!”, escreveu em postagem também no X.

Processo aberto pelo X alega conspiração de anunciantes

O processo, registrado num tribunal federal no Texas, alega que a coalizão GARM “conspirou” com grandes marcas para “reter coletivamente bilhões de dólares em receitas publicitárias”.

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Pessoa acessando X, antigo Twitter, em celular
X processa coalizão alegando boicote que custou bilhões de dólares à empresa (Imagem: BongkarnGraphic/Shutterstock)

Ainda segundo o documento, essas receitas eram devidas ao antigo Twitter após Musk comprar a rede social, em 2022. “O comportamento ilegal dessas organizações e seus executivos custou bilhões de dólares ao X”, escreveu Linda Yaccarino em carta aberta aos anunciantes.

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Logo do X em prédio de São Francisco
Coalizão GARM incentivou anunciantes a evitar o X após Musk comprá-lo – e a rede social sentiu o impacto (Imagem: Larry Zhou/Shutterstock)

A GARM, que representa grandes marcas responsáveis por mais de 90% dos gastos globais com publicidade, incentivou anunciantes a evitar o X após Musk comprar a empresa e prometer o que chamou de “nova era de liberdade de expressão”.

O X sentiu o impacto. No segundo trimestre de 2024, a empresa teve US$ 114 milhões (R$ 643 milhões) em receita nos Estados Unidos. A cifra representa queda de 25% em relação ao primeiro trimestre e de 53% em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com documentos internos obtidos pelo New York Times.