Com pico previsto para segunda-feira (12), a chuva de meteoros Perseidas está ativa desde o dia 17 de julho e deve cessar em 24 de agosto. Esse fenômeno ocorre enquanto a Terra passa pelo caminho das partículas do cometa 109P/Swift-Tuttle, na constelação de Perseus.

Aqui no Brasil, a vista não é tão espetacular quanto nos países do hemisfério norte, mas é possível testemunhar algumas estrelas cadentes após a 1h30 da manhã (especialmente nas regiões norte e nordeste). A chuva permanece ativa até o amanhecer, por volta das 6h, quando seu ponto radiante está mais alto no céu. Assim, as melhores exibições, para todo o país, ocorrem pouco antes desse horário (a partir das 3h30).

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No seu auge, espera-se que a chuva produza uma taxa nominal – também chamada de taxa de hora zenithal (ZHR) – de cerca de 100 meteoros por hora. No entanto, esse número é calculado assumindo um céu absolutamente escuro, com o ponto radiante situado no zênite (ponto mais elevado no céu, acima das nossas cabeças).

Surto da chuva de meteoros Perseidas em 2009
Surto da chuva de meteoros Perseidas em 2009. Créditos: NASA/JPL

Como no Brasil, o radiante dessa chuva não se eleva muito no céu (Perseus é uma constelação do Hemisfério Norte), e como tais condições são quase impossíveis de se combinarem entre si, o número de meteoros que os observadores provavelmente verão será, portanto, menor do que isso.

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Estima-se que, durante o pico, será possível aos observadores do hemisfério norte ver até 70 meteoros por hora. Por aqui, esse número cai para pouco mais de 20, em média.

Na tabela abaixo, elaborada pela Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) com base nas informações da Organização Internacional dos Meteoros (IMO), estão as taxas máximas de ocorrências estimadas para cada capital brasileira.

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Taxas máximas de ocorrências estimadas para cada capital brasileira. Crédito: BRAMON

De acordo com Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da BRAMON, a fase da lua na noite de pico pode facilitar a observação dos meteoros Perseidas. “Este ano, a Lua não atrapalha tanto quanto no ano passado, que estava cheia. Ela estará em fase quarto-crescente na noite da máxima e se põe um pouco antes da Constelação do Perseu surgir no horizonte nordeste, deixando o céu em boas condições de visualização”.

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Orientações para assistir à chuva de meteoros Perseidas

Tudo o que você precisa para ver o espetáculo é: escuridão, um lugar confortável para assistir e um pouco de paciência. Zurita ressalta que uma chuva de meteoros é um espetáculo astronômico dos mais democráticos. “Pode ser observada por qualquer pessoa que tenha uma visão razoável e acesso a algum pedaço de céu. Não precisa de telescópios, câmeras nem qualquer equipamento especial. Basta ter disposição para perder algumas horas de sono e olhar para o céu”.

Um app de observação, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView, pode ajudar a encontrar a constelação de Perseus. Certifique-se de direcionar seu olhar para constelações próximas, e não diretamente para ela, pois meteoros mais próximos do radiante têm trilhas mais curtas e são mais difíceis de detectar. 

Não perca essa oportunidade de ver lindas “estrelas cadentes” no céu e, como manda a tradição, fazer seus pedidos! Boa sorte!